O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerrou a sua quinta reunião de 2023 e manteve a taxa básica de juros em 13,75% pela sétima reunião consecutiva  

Os números da inflação, que devem superar o teto da meta em 2023, é o argumento utilizado pelo Banco Central para a alta taxa. Por outro lado, o empresariado e o governo federal pressionam a instituição para que baixe a taxa e reaqueça a economia. 

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Por conta do crédito mais caro, o setor da construção civil é um dos que mais sentem esse impacto. Mas, será que, para o consumidor, vale a pena entrar em um financiamento neste momento?

“A taxa Selic tem um impacto importante na compra de imóveis, porque configura um custo de operações de empréstimos, inclusive financiamentos imobiliários. A alta vista no último ano aumentou também as taxas de juros de financiamento imobiliário, impactando a intenção de compra dos brasileiros”, explicou o economista do DataZap+, Pedro Tenório. 

Perspectiva de inflação pode mexer nos juros de financiamento de imóveis 

Outros aspectos ligados à perspectiva de inflação futura e das políticas fiscais do país também são levados em conta pelo mercado ao praticar uma certa taxa nesse financiamento de longo prazo.   

“A formação das taxas de longo prazo, às quais o financiamento imobiliário é mais sensível, depende da expectativa de inflação futura e do resultado da política fiscal, expresso no aumento sustentável ou não da dívida pública”, explicou Ricardo Schweitzer, CEO da consultoria Ricardo Schweitzer

“A Selic é o principal instrumento da política de metas de inflação. Ao atuar para manter a inflação em níveis adequados, o Banco Central alinha as expectativas dos agentes de mercado em relação à inflação futura e diminui a incerteza em torno do retorno real das taxas prefixadas de vencimento mais longo, balizadores do financiamento imobiliário”, reforçou. 

É a hora de financiar um imóvel?  

A expectativa do mercado de que haveria uma queda na Taxa Selic já em agosto acabou sendo frustrada pela decisão do Copom da quarta-feira, 21, já que não há nenhuma sinalização de queda no curto prazo. Tendo tudo isso em mente, será que vale a pena para o consumidor que está sonhando com a casa própria entrar em um financiamento neste momento? 

A sócia fundadora da Semeare Investimentos Marcela Kasparian acredita que as taxas devem cair caso o Copom baixe os juros, mas que isso não deve ser o único ponto de atenção dos consumidores nesse momento. 

“Para a tomada de decisão se vale a pena financiar hoje ou não, o principal fator é o valor do imóvel, pois mesmo financiando hoje a uma taxa elevada, é possível fazer a portabilidade do financiamento no futuro com uma taxa mais atrativa”, disse. 

Tenório aponta que as expectativas para os preços dos imóveis neste ano é de desaceleração, com os preços subindo de forma devagar. Um reaquecimento desse mercado, de acordo com ele, será somente quando a Selic se aproximar dos 10% ao ano. 

“Caso o ciclo de cortes se inicie só no fim de 2023, o aumento de dinamismo do mercado imobiliário e de seus preços também será adiado para o ano que vem”, acredita. 

Como pedir um financiamento habitacional? 

Como há diversos bancos que trabalham com financiamento de imóveis, cabe ao consumidor se atentar a detalhes como prazo e a taxa de juros praticada pelos bancos. Os documentos básicos para dar entrada em um financiamento são: 

  • documento de identidade (RG);
  • CPF;
  • certidão de nascimento ou casamento;
  • comprovante de residência;
  • holerite mais recente;
  • carteira profissional;
  • imposto de renda;
  • extrato bancário.

O programa Minha Casa, Minha Vida foi relançado em 2023 e pode ser uma boa solução para quem está procurando juros menores. No entanto, é preciso se adequar a certos critérios como não ter outro imóvel em seu nome, renda familiar mensal de até R$ 8 mil e o imóvel deve ter o preço máximo de R$ 350 mil.