No que depender dos bancos de menor porte, não deverá faltar crédito. A reportagem de DINHEIRO serviu-se de uma empresa de corretagem de empréstimos garantidos por outros imóveis, linha de financiamento conhecida como garantia hipotecária. Muito comum nos Estados Unidos, essa modalidade de crédito utiliza um imóvel de propriedade do tomador para reduzir o risco de inadimplência e baixar os juros.

No caso brasileiro, essa modalidade de financiamento concentra empréstimos de prazo médio para longo – mínimo de 24, máximo de 240 meses – e as taxas, pelo menos na proposta preliminar, são menores do que as vigentes no mercado para crédito pessoal.

Considerando-se um empréstimo equivalente a 20% do valor do imóvel oferecido como garantia com prazo de três meses, as taxas oscilaram entre 1,08% e 1,15% ao mês mais a correção da inflação medida pelo IGP-M, ou então, taxas fixas de 1,20% a 1,65% ao mês. Em termos anuais, as parcelas fixas representam juros anuais de 15,39% a 21,7% ao ano. Só para comparar, em 2014, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), as taxas médias do cartão de crédito superaram 258% ao ano, as mais altas desde 1999.

A animação dos bancos é grande. Após inserir seus dados, seguindo o procedimento de um cliente regular, a reportagem de DINHEIRO recebeu três telefonemas com ofertas de crédito. Entregue a documentação e acertado o cadastro, o dinheiro foi prometido para cerca de 20 dias úteis.

Esse custo baixo, porém, envolve um risco. Em caso de inadimplência, o tomador do empréstimo terá não apenas seu nome incluído no rol dos maus pagadores, mas também poderá perder o imóvel dado em garantia. As regras de alienação fiduciária, que entraram em vigor há cerca de dez anos, permitem ao credor penhorar e vender o imóvel dado em garantia, mesmo que seja o único imóvel de propriedade da família. Cuidado, portanto.