Depois de ter sido adiada em julho, começa nesta sexta-feira (13) a segunda fase do open banking, um sistema que permite o compartilhamento de dados financeiros em uma plataforma digital regulada pelo Banco Central (BC). A ideia é fomentar a competição de produtos e serviços financeiros visando à redução de custos ao cliente.

A segunda fase de implementação do projeto permite que o cliente autorize seu banco a compartilhar suas informações e enviá-las ao BC. Para isso, é obrigatório o consentimento do fornecimento de dados, que tem validade de até 12 meses e pode ser revogada a qualquer momento.

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O BC alega que, atualmente, uma instituição financeira não “vê” o relacionamento do cliente com outra, o que dificulta a competição. Com o open banking, um cliente pode receber ofertas de produtos mais baratos de outros bancos, como juros mais baratos à cessão de crédito, por exemplo.

Com o open banking o BC promete:
– Fomentar novos modelos de negócio;
– Incluir segmentos desassistidos;
– Colocar o consumidor no centro da disputa pelas instituições financeiras;
– Mais transparência;
– Portabilidade de relacionamento entre instituições;
– Controle e autonomia sobre suas finanças;
– Impulsionar educação financeira da população;
– Possibilidade de comparar produtos e serviços ofertados;

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Como funciona o open banking?

Seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o open banking tem como premissa que o cliente é o único dono de seus próprios dados e, assim, pode compartilhá-los com qualquer empresa que desejar. Na prática, o sistema permite cotar taxas em outro banco sem precisar abrir uma nova conta.

– O cliente do banco A pode solicitar uma cotação através do aplicativo de open banking para o banco B;
– O banco B aciona o banco A para acessar as informações do cliente;
– O banco A pede autorização do cliente para compartilhar seus dados com o banco B;
– O banco B faz uma cotação a partir das informações recebidas e envia uma proposta de serviço e/ou produto ao cliente, que pode contratá-lo sem a necessidade de abrir uma conta no banc B.

Implementação do open banking

Fase 1: 01/02/2021 – BC iniciou a coleta de dados das instituições financeiras, como atendimento, produtos e serviços, incluindo taxas e tarifas cobradas.
O que muda para o cliente: Possibilidade de comparação de produtos e serviços.

Fase 2: 02/08/21 – Consumidor pode compartilhar seus dados financeiros com as instituições que preferir.
O que muda para o cliente: Novos produtos e serviços personalizados podem passar a ser ofertados.

Fase 3: 30/08/21 – Início das transações de pagamento.
O que muda para o cliente: Outros bancos podem enviar propostas financeiras ao consumidor, que passa a ter um leque maior de opções.

Fase 4: Inserção de produtos financeiros mais arrojados: operações de câmbio, seguros, investimentos e previdência privada.
O que muda para o cliente: Terão o controle do compartilhamento de novas informações financeiras, o que leva à busca por produtos personalizados.

Como participar

A partir de hoje (13) já é possível entrar em contato com seu banco e solicitar a autorização de cessão de suas informações financeiras. Isso só pode ser feito pelos canais digitais de atendimento e internet banking das instituições financeiras autorizadas pelo BC a participarem

Como usar um iniciador de pagamentos

1 – Acionar a instituição que vai realizar o pagamento escolhida: ela solicita as informações da transação e pede sua autorização;
2 – Redirecionamento: a instituição escolhida para o pagamento entra em contato com o banco em que você tem conta. Você deve prosseguir com o pagamento para ser direcionado à instituição na qual tem conta;
3 – Autenticação: Acessar a conta de seu próprio banco para autenticar a transação;
4 – Confirmação: Seu banco exibe as informações e pede sua confirmação;
5 – Redirecionamento: Você volta à instituição na qual optou pelo pagamento;
6 – Efetivação: banco escolhido confirma a solicitação de pagamento.

Open Banking no Mundo
A iniciativa é uma tendência mundial já presente em diversos países, sendo os mais maduros os modelos adotados no Reino Unido e na Austrália, com 3 anos de existência.

Panorama das iniciativas de Open Banking pelo mundo
Panorama das iniciativas de Open Banking pelo mundo (Crédito:Divulgação: Banco Central)

Segurança

É importante tomar cuidado com a autorização de suas informações financeiras. Apenas prossiga com o consentimento caso tenha solicitado o compartilhamento de dados para sua instituição financeira. Nenhum valor é cobrado ao compartilhamento de informações.

Se desconfiar da comunicação recebida, entre em contato com seu banco.

É obrigatório constar as seguintes informações na autorização:

– Identificação da instituição receptora de dados;
– Período de validade do consentimento;
– Dados que serão objeto de compartilhamento;

Para cancelar sua autorização de cessão de dados, basta entrar em contato com seu próprio banco.

Os bancos também são obrigados a informarem o status das autorizações de clientes:

– Dados e serviços objeto de compartilhamento;
– Período de validade do consentimento;
– Data do consentimento;
– Finalidade do consentimento

A circular 4.032, de 23 de junho de 2020, do Diário Oficial da União estipula o modelo de governança do open banking no Brasil.

Quem participa

Todas as instituições financeiras, bancos, fintechs e organizações autorizadas pelo BC. Confira a lista.

Como reclamar

Caso perceba alguma quebra das regras, o cliente pode recorrer ao BC. As reclamações podem ser registradas na sessão Fale Conosco. Ainda é possível recorrer ao site do BC, atendimento presencial em Brasília ou pelo número 145.