13/08/2021 - 10:53
Depois de ter sido adiada em julho, começa nesta sexta-feira (13) a segunda fase do open banking, um sistema que permite o compartilhamento de dados financeiros em uma plataforma digital regulada pelo Banco Central (BC). A ideia é fomentar a competição de produtos e serviços financeiros visando à redução de custos ao cliente.
A segunda fase de implementação do projeto permite que o cliente autorize seu banco a compartilhar suas informações e enviá-las ao BC. Para isso, é obrigatório o consentimento do fornecimento de dados, que tem validade de até 12 meses e pode ser revogada a qualquer momento.
+ Febraban adverte para atenção a tentativas de fraude com 2ª fase do Open Banking
O BC alega que, atualmente, uma instituição financeira não “vê” o relacionamento do cliente com outra, o que dificulta a competição. Com o open banking, um cliente pode receber ofertas de produtos mais baratos de outros bancos, como juros mais baratos à cessão de crédito, por exemplo.
Com o open banking o BC promete:
– Fomentar novos modelos de negócio;
– Incluir segmentos desassistidos;
– Colocar o consumidor no centro da disputa pelas instituições financeiras;
– Mais transparência;
– Portabilidade de relacionamento entre instituições;
– Controle e autonomia sobre suas finanças;
– Impulsionar educação financeira da população;
– Possibilidade de comparar produtos e serviços ofertados;
Como funciona o open banking?
Seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o open banking tem como premissa que o cliente é o único dono de seus próprios dados e, assim, pode compartilhá-los com qualquer empresa que desejar. Na prática, o sistema permite cotar taxas em outro banco sem precisar abrir uma nova conta.
– O cliente do banco A pode solicitar uma cotação através do aplicativo de open banking para o banco B;
– O banco B aciona o banco A para acessar as informações do cliente;
– O banco A pede autorização do cliente para compartilhar seus dados com o banco B;
– O banco B faz uma cotação a partir das informações recebidas e envia uma proposta de serviço e/ou produto ao cliente, que pode contratá-lo sem a necessidade de abrir uma conta no banc B.
Implementação do open banking
Fase 1: 01/02/2021 – BC iniciou a coleta de dados das instituições financeiras, como atendimento, produtos e serviços, incluindo taxas e tarifas cobradas.
O que muda para o cliente: Possibilidade de comparação de produtos e serviços.
Fase 2: 02/08/21 – Consumidor pode compartilhar seus dados financeiros com as instituições que preferir.
O que muda para o cliente: Novos produtos e serviços personalizados podem passar a ser ofertados.
Fase 3: 30/08/21 – Início das transações de pagamento.
O que muda para o cliente: Outros bancos podem enviar propostas financeiras ao consumidor, que passa a ter um leque maior de opções.
Fase 4: Inserção de produtos financeiros mais arrojados: operações de câmbio, seguros, investimentos e previdência privada.
O que muda para o cliente: Terão o controle do compartilhamento de novas informações financeiras, o que leva à busca por produtos personalizados.
Como participar
A partir de hoje (13) já é possível entrar em contato com seu banco e solicitar a autorização de cessão de suas informações financeiras. Isso só pode ser feito pelos canais digitais de atendimento e internet banking das instituições financeiras autorizadas pelo BC a participarem
Como usar um iniciador de pagamentos
1 – Acionar a instituição que vai realizar o pagamento escolhida: ela solicita as informações da transação e pede sua autorização;
2 – Redirecionamento: a instituição escolhida para o pagamento entra em contato com o banco em que você tem conta. Você deve prosseguir com o pagamento para ser direcionado à instituição na qual tem conta;
3 – Autenticação: Acessar a conta de seu próprio banco para autenticar a transação;
4 – Confirmação: Seu banco exibe as informações e pede sua confirmação;
5 – Redirecionamento: Você volta à instituição na qual optou pelo pagamento;
6 – Efetivação: banco escolhido confirma a solicitação de pagamento.
Open Banking no Mundo
A iniciativa é uma tendência mundial já presente em diversos países, sendo os mais maduros os modelos adotados no Reino Unido e na Austrália, com 3 anos de existência.
Segurança
É importante tomar cuidado com a autorização de suas informações financeiras. Apenas prossiga com o consentimento caso tenha solicitado o compartilhamento de dados para sua instituição financeira. Nenhum valor é cobrado ao compartilhamento de informações.
Se desconfiar da comunicação recebida, entre em contato com seu banco.
É obrigatório constar as seguintes informações na autorização:
– Identificação da instituição receptora de dados;
– Período de validade do consentimento;
– Dados que serão objeto de compartilhamento;
Para cancelar sua autorização de cessão de dados, basta entrar em contato com seu próprio banco.
Os bancos também são obrigados a informarem o status das autorizações de clientes:
– Dados e serviços objeto de compartilhamento;
– Período de validade do consentimento;
– Data do consentimento;
– Finalidade do consentimento
Quem participa
Todas as instituições financeiras, bancos, fintechs e organizações autorizadas pelo BC. Confira a lista.
Como reclamar
Caso perceba alguma quebra das regras, o cliente pode recorrer ao BC. As reclamações podem ser registradas na sessão Fale Conosco. Ainda é possível recorrer ao site do BC, atendimento presencial em Brasília ou pelo número 145.