Vamos ser honestos: os modelos compactos que existem hoje são entediantes.” A afirmação sem nenhuma modéstia é do presidente da montadora americana Chrysler, Reid Bigland, e dá da o tom do Salão de Detroit, um dos mais importantes do setor automotivo, que começou na semana passada. Combalidas com a crise de 2008, as montadoras deixaram de produzir carrões beberrões de gasolina e agora focam em veículos menores, mais leves e com mais conectividade. A própria Chrysler, hoje sob tutela da italiana Fiat, é exemplo dessa transição. 

 

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Bigland, da Chrysler: o Dodge Dart é a aposta da montadora americana no segmento de compactos. 

 “Há uma tendência geral de diminuição dos modelos, então esse segmento se tornou essencial para nós”, disse Bigland à DINHEIRO. A estreia da Chrysler-Fiat no segmento é com o modelo Dodge Dart, projeto que começou a ser desenvolvido em 2009, um ano depois da recessão que obrigou as montadoras americanas a pensar em carros mais econômicos. É preciso colocar sob perspectiva o carro compacto americano. “Ele nunca será como o carro compacto europeu, diz Jeff Schuster, vice-presidente da consultoria americana LMC Automotive. 

Nesse sentido, o Dodge Dart não seria o concorrente de um Fiat 500 ou do Smart, de empresa controlada pela Mercedes. Ele pode ser comparado a um sedã médio, como o Ford Focus. Das montadoras americanas, a GM foi a única a apresentar um modelo compacto por definição. O novo Sonic, que a subsidiária brasileira estuda trazer para o País, é mais esportivo e conectado para atrair novos públicos. “Ele tem um grande apelo entre os jovens e pode ser também o segundo carro das famílias americanas”, disse à DINHEIRO Dan Akerson, CEO global da GM. “Vamos focar em carros menores porque 40% dos futuros compradores são de uma geração mais jovem.” 

Com o Sonic, a GM briga diretamente com a Ford, que conta com o Fiesta e o Focus. “Vamos nos focar nesse segmento cada vez mais”, afirmou Alan Mulally, presidente da Ford. A montadora, no entanto, pretende também garantir sua participação nos sedãs médios com o lançamento da nova linha do Fusion. “Em 2012 teremos o ano mais agressivo em novos modelos”, disse Mulally, sem dar números. 

 

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