01/04/2024 - 19:06
O salário mínimo de muitos dos trabalhadores de restaurantes de ‘fast food’ da Califórnia subiu, nesta segunda-feira (1º), de 16 para 20 dólares (cerca de 81 para 101 reais) por hora, um dos mais altos dos Estados Unidos.
A norma promulgada no ano passado pelo governador democrata Gavin Newson vale para estabelecimentos sem serviço de mesa ou com esse serviço reduzido, e que tenham ao menos 60 unidades em todo o país.
Embora o aumento tenha sido recebido com felicidade pelos trabalhadores, também pode afetar os preços nesse estado do oeste americano que já tem um alto custo de vida.
Na Califórnia, mais de meio milhão de pessoas trabalham no setor de ‘fast food’, em redes reconhecidas mundialmente ou marcas locais menores.
Tia Koonse, gerente de pesquisa jurídica e de políticas da Universidade da Califórnia em Los Angeles, afirma que a maioria dos trabalhadores dessa indústria são mulheres e negras, com um salário médio anual de 25.800 dólares (130.450 reais), muito abaixo da média estadual de 43.000 dólares (217.400 reais).
“Existe uma ideia errada de que quem trabalha em fast food são adolescentes, por uns trocados”, disse a jornalistas. “Mas a realidade é que bem mais da metade tem mais de 25 anos e, para um quarto desses trabalhadores, esse é na verdade o principal sustento de seus lares.”
Algumas redes já indicaram que terão que subir os preços e advertiram que as altas salariais poderiam acabar custando postos de trabalho.
Os economistas estão divididos sobre os efeitos do salário mínimo por hora, fixado em 7,25 dólares (37 reais) a nível federal, ainda que varie bastante de estado para estado.
Segundo um estudo recente do Escritório Orçamentário do Congresso, elevar o mínimo federal para 17 dólares (86 reais) poderia ajudar 18 milhões de pessoas nos próximos cinco anos, mas poderia custar 700 mil empregos.
Koonse argumenta que as demissões na Califórnia são improváveis e desnecessárias. O estado “já agregou 142 mil empregos na indústria de fast food desde que o salário mínimo começou a subir em 2015”, disse.
Pontos de venda em algumas cidades californianas mais caras já estão pagando a seus funcionários mais de 20 dólares por hora, seja devido a regras locais ou forças do mercado, explicou.