Os trabalhadores conseguiram reajustes de salário superiores à inflação em 92% das negociações feitas no mês de maio. Foi o melhor resultado desde maio de 2017.

Os dados são do Salariômetro, levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O cálculo utiliza a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

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Segundo o estudo, já são 18 meses consecutivos com reajustes salariais superiores à alta dos preços. Até agora, 2024 é o ano com maior proporção de reajustes acima da inflação: 87%. Os dados são impulsionados por uma inflação controlada.

Valores dos reajustes

A média dos reajustes foi de 5%, contra um INPC acumulado de 3,3% nos últimos 12 meses. O reajuste real (ou seja, descontada a inflação) fica assim em 1,8%, ou 1,3% ao considerar apenas o período de janeiro a maio de 2024.

Os maiores reajustes acumulados nos primeiros meses do ano foram registrados nas atividades de limpeza urbana, asseio e conservação; e em refeições coletivas, ambos com 3,3%.

Já o pior resultado ficou o comércio de derivados de petróleo, que não teve reajuste acima da inflação, com alta real de 0,0%. Na sequência, com 0,3%, aparecem telecomunicações, telemarketing, proc. dados e TI; e seguros privados.

O piso mediano aprovado nas convenções de maio foi de R$ 1.705, valor 20,8% acima do atual salário mínimo (R$ 1.412).

A pesquisa da Fipe acompanha as negociações coletivas através das informações depositadas na página Mediador do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os valores podem mudar caso sejam disponibilizados novos acordos e convenções.