A companhia Itapemirim (ITA) operava há menos de seis meses e nesta sexta-feira (18) anunciou a suspensão temporária de suas operações para se reorganizar e retomar os voos.

Além de atrasos de salários e benefícios, suspensão do plano de saúde e dívidas com fornecedores, a companhia vinha descumprindo horários, cancelando voos e tinha o atendimento criticado pelos clientes

O plano de saúde dos funcionários foi suspenso desde o começo de dezembro e a empresa se tornou alvo de ação do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Os salários dos empregados, vale-refeição e transporte eram atrasados frequentemente. As informações são do portal Uol.

Os funcionários demitidos reclamavam que as verbas rescisórias não estavam sendo pagas e os mecânicos trabalhavam sem equipamentos de proteção adequados, de acordo com o SNA.

O sindicato informou que os aeronautas não tinham condições financeiras para fazer o deslocamento até o trabalho. A companhia diz que passou por uma dificuldade pontual que fez com que os salários fossem parcelados.

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O grupo Itapemirim, segundo a reportagem, enfrenta um longo processo de recuperação judicial. A empresa devia cerca de R$ 253 milhões aos seus credores em setembro, além de R$ 2,2 bilhões em dívidas tributárias.

Agências de viagem disseram ao Uol que não receberam os valores atrasados pelas remarcações de bilhetes e acomodação de passageiros que tiveram seus voos cancelados. A companhia disse que estava negociando com cada uma das empresas.

Clientes relataram que tiveram seus voos cancelados repetidas vezes. Desde o início da venda de passagens, no primeiro semestre de 2021, a empresa já possuia mais de mil reclamações no site Consumidor.gov.br.

No site Reclame Aqui, o número de reclamações é superior a 4.300. A maioria é relacionada ao estorno do valor pago pelos bilhetes. A empresa informou que precisou fazer uma readequação de seus voos devido o atraso da chegada de novas aeronaves.