O mês de abril marcou o 17º mês seguido de reajuste salarial acima da inflação nas negociações coletivas, de acordo com o levantamento mensal Salariômetro, feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Os salários de abril reajustados tiveram um aumento mediano de 4,5%. O percentual está acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado no mês, de 3,4%.

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O ganho real (o que sobra depois de descontar a inflação) foi de 1,1 ponto percentual – o melhor resultado para o mês desde 2014. Segundo o levantamento, mais de 40% dos reajustes do mês tiveram ganho real de 2 pontos porcentuais ou mais.

A pesquisa analisou 179 instrumentos coletivos de trabalho com reajuste em abril.

Já o piso salarial médio no mês passado foi de R$ 1.553, 9,4% acima do salário mínimo, estabelecido em R$ 1.412 para 2024 pelo Governo Federal.

Quase 90% dos reajustes superaram a inflação

Além dos resultados mensais, a publicação também divulgou um consolidado do primeiro quadrimestre do ano: entre janeiro e abril, 87,8% dos reajustes negociados ficaram acima da inflação, atingindo a melhor marca para o período em 10 anos.

A construção civil registrou o maior ganho real entre os setores analisados (2,7%), seguida pelo setor de serviços e agropecuária (1,3%), indústria (1,2%) e comércio (1%).

Olhando um pouco mais a fundo, as atividades com maior ganho foram refeições coletivas, limpeza urbana, asseio e conservação, condomínios e edifícios, construção civil, bares, restaurantes, hotéis, diversão e turismo. Já o setor de comércio de derivados de petróleo não teve ganho real registrado no ano.

A Fipe tem uma projeção positiva para maio. De acordo com a prévia para o mês, baseada na análise de 153 instrumentos já disponibilizados, a tendência é que o reajuste médio seja de 5,5% frente a um INPC esperado de 3,2%, segundo projeções do Itaú e do Santander apresentadas no boletim.