Três anos longe do Brasil foi tempo suficiente para enferrujar o português do ucraniano Oleg Ostapenko. O treinador comandou a seleção olímpica feminina de ginástica artística no período 2002-2008. Sob seu comando, Daiane dos Santos ganhou a medalha de ouro no Mundial de Ginástica realizado em 2003. Ostapenko esqueceu algumas palavras do nosso idioma, mas não os fundamentos para transformar as atletas brasileiras em estrelas dos jogos Pan-Americanos de Guadalajara, que acontece este mês, e da Olimpíada de 2012, em Londres. Desta vez, ele atuará como técnico da equipe feminina do Centro de Excelência de Ginástica, em Curitiba, vinculado ao governo paranaense. 

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O retorno: Ostapenko treinou a equipe de Ginástica Artística do Brasil de 2002 a 2008

O retorno de Ostapenko foi bancado pelo movimento LiveWright, destinado a levantar recursos para apoiar esportes que, normalmente, não estão no radar dos patrocinadores. Empresários como Abílio e João Paulo Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, e Roberto Klabin, da Klabin, integram o grupo, criado em 2010. O nome é uma homenagem ao investidor e esportista Roger Wright, que morreu num acidente aéreo na Bahia, em 2009. “Queremos formar novos heróis nacionais”, afirma Luis Resende, CEO do LiveWright. Além de contar com a experiência de Ostapenko, a entidade pretende inaugurar 32 centros de treinamento no Paraná, até 2015.  

Todos em parceria com a Federação Paranaense de Ginástica. Para isso, a LiveWright dispõe de verba anual de R$ 3,5 milhões. Outras nove modalidades, como atletismo, judô, tae kwon do, remo, vela, canoagem, tênis, luta olímpica e ciclismo de pista, serão também contempladas.“Planejamos um investimento anual de cerca de R$ 35 milhões”, diz Resende. A conta será repartida pelos patrocinadores. O dirigente explica que está em negociação com 12 grandes empresas. Para o secretário nacional do Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, iniciativas como a da LiveWright são fundamentais para que o esporte brasileiro cresça. “É bom que os empresários invistam na formação dos atletas no geral e não apenas nos que já estão em evidência”, afirma.

 

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