“Quer ficar milionário no setor de vinhos? Comece bilionário.” Uma das mais populares piadas internas do mercado da viticultura, que traduz com bom humor a dificuldade dos empresários, não serve para a centenária gaúcha Salton.

A mais antiga vinícola em atividade no Brasil, fundada há 112 anos, cruzou no ano passado a inédita marca de R$ 500 milhões em vendas, alta de 10% na comparação com 2021. Graças à pandemia e ao bom desempenho dos espumantes — que passou a responder por 50% dos resultados —, foram vendidas 24,5 milhões de garrafas.

Em entrevista à MOEDA FORTE, o CEO Maurício Salton afirmou que a performance brinda a decisão de priorizar seus esforços à produção da bebida com maior percepção de qualidade. “Aprendemos ao longo dos anos a reconhecer as potencialidades dos nossos ‘terroirs’ e fortalecer nossa presença em espumantes”, afirmou o executivo, bisneto do fundador.

Além de crescer com aquilo que faz de melhor, ao expandir a produção de espumantes a Salton ganha margem e dribla a concorrência com os tintos argentinos, chilenos e uruguaios. “Os vinhos dos países vizinhos são extremamente competitivos em qualidade e custo”, disse.

O plano agora é alcançar R$ 1 bilhão até 2030, e dobrar para 10% a fatia das exportações. A meta é ambiciosa, mas exequível. Hoje a marca Salton está em 30 países. Nos EUA já é responsável por 96% dos espumantes brasileiros no mercado.

(Nota publicada na edição 1310 da Revista Dinheiro)