As sanções econômicas planejadas por Washington contra a Rússia no caso de uma invasão da Ucrânia teriam não só “graves consequências para a economia russa”, mas também “repercussões mundiais”, admitiu a secretária de Tesouro americana, Janet Yellen em entrevista à AFP.

“Evidentemente, o que queremos é que pesem sobretudo para a Rússia. Mas reconhecemos que também terão repercussões mundiais”, destacou Yellen.

Ela afirmou que foi preparado um “pacote de sanções”, dirigido a pessoas e empresas do setor financeiro com “prováveis controles de exportação”, realizado em coordenação com os europeus.

O presidente americano, Joe Biden, alertou na terça-feira que as sanções ocidentais contra a Rússia no caso de uma invasão da Ucrânia “estão prontas”. Depois, falou de medidas “poderosas” dirigidas a instituições financeiras e “indústrias-chave”.

“O Tesouro está envolvido no desenvolvimento de um conjunto de sanções financeiras”, continuou Yellen, enfatizando que se contempla “um pacote de sanções muito importante, que terá graves consequências para a economia russa”.

“Temos um apoio muito forte dos nossos aliados europeus para avançarmos juntos”, confiou.

A secretária do Tesouro está preocupada com as consequências destas tensões geopolíticas nos preços da energia, enquanto os Estados Unidos enfrentam sua inflação mais alta em 40 anos.

“Nos preocupa o impacto potencial nos mercados energéticos, visto o importante papel da Rússia como fornecedor de petróleo para o mercado mundial e de gás natural para a Europa”, destacou.

Yellen disse que Washington está trabalhando com seus “aliados europeus para tentar protegê-los o melhor possível” das eventuais consequências.

O objetivo, afirmou, é “garantir que haja suprimentos disponíveis que venham de outras partes do mundo”, ou “que se continue transportando petróleo e gás natural para a Europa”.