Papéis avulsos

O banco Santander Brasil anunciou a intenção de recomprar, até o dia 24 de agosto do ano que vem, 57 milhões das suas units em circulação. Esse negócio representa 1,5% do capital do banco em circulação. Na quinta-feira 25, data do envio do comunicado do banco à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses papéis subiram 2,6% e ficaram entre as maiores altas na Bolsa de Valores de São Paulo. O ganho, porém, foi uma exceção após vários meses testando a paciência dos investidores. Desde sua abertura de capital, em 2009, o Santander tem apresentado um desempenho medíocre nos pregões. Lançadas a cerca de R$ 23, as units chegaram a um mínimo de R$ 13 durante o início de agosto e permaneceram nesse patamar. Dois fatores desanimam o mercado. O primeiro é que o Santander optou por adotar uma postura mais cautelosa em sua atuação no Brasil. A posição do banco vem sendo a de privilegiar a liquidez em vez de acelerar o crescimento, o que o torna uma opção menos atraente que seus concorrentes. O segundo ponto é a complicada situação na matriz. Apesar de o Santander na Espanha ser considerado uma instituição sólida, as incertezas com relação à economia europeia preocupam os acionistas. Enquanto essas interrogações não se resolverem, o consenso do mercado é de que o desempenho dos papéis do banco vai continuar abaixo do da concorrência.

 

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Educação financeira

 

No livro Carreira: Você está Cuidando da Sua?, as autoras Sofia Esteves, Renata Maglioca e Danilca Galdini oferecem dicas para quem está iniciando a carreira ou já chegou a um ponto avançado de seu desenvolvimento profissional, mas decide mudar de direção. O livro conta com a participação de executivos de grandes empresas. Editora Campus/Elsevier, 176 páginas, R$ 39,90.

 

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Touro x Urso

 

O humor dos investidores oscilou conforme mudavam as expectativas com relação ao resultado da reunião da sexta 26, nos Estados Unidos. Por aqui, os investidores internacionais continuam drenando recursos do mercado, e nada indica que esse movimento vá mudar. Nesta semana, a notícia é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 30 e 31. Para os especialistas, o Copom deve manter a taxa Selic inalterada em 12,5% ao ano.

 

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Quem vem lá

 

A Isolux  busca bons ventos

 

A Isolux Infrastructure, unidade de infraestrutura do grupo espanhol Isolux Corsán, enviou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido para abrir seu capital no Brasil. O prospecto não traz detalhes sobre preço, mas afirma que a intenção da empresa é negociar ações ordinárias, em oferta primária, no balcão não organizado. O coordenador líder será o Banco Santander.  

 

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Fique de olho: o Isolux Corsán atua em 30 países. No Brasil, a companhia tem a concessão de 680 quilômetros de autoestradas, e de mais 1.191 quilômetros de redes de alta tensão, no Amazonas. A subsidiária Isolux Infrastructure foi constituída em fevereiro, tornando-se operacional em junho. No Brasil, ela  administra uma concessão, a da BR 116/324 – Viabahia.

 

 

 

Destaque no pregão

 

CSN compra Usiminas e vende debêntures

 

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de Benjamin Steinbruch  voltou a comprar mais ações da concorrente Usiminas. O lote de preferenciais em mãos da CSN cresceu de 10,20% para 15,5% e o total de ordinárias subiu de 10,84%, para 11,29%. Não foi uma grande aquisição, mas serviu para animar o mercado. Na segunda-feira 22, primeiro pregão após o anúncio, os papéis preferenciais classe A da Usiminas subiram 3,6%. Já as ações ordinárias da CSN caíram 1,2%. Um dia depois, na terça-feira 23, foi a vez da CSN anunciar a quinta emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações. Serão emitidas 115 Debêntures, com valor nominal unitário de R$ 10 milhões, totalizando R$ 1,150 bilhão.

 

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Palavra de analista: As duas notícias são neutras para as ações da CSN, na opinião de Pedro Galdi, analista-chefe da corretora SLW. “Uma emissão de debêntures é uma operação convencional, que faz parte do dia a dia das empresas e não influencia muito no mercado”, afirma. Sobre a Usiminas, ele diz que a compra de ações é apenas uma opção de investimento. “A CSN viu uma boa oportunidade nos papéis”, diz. Os preços-alvo para as ações estão sendo revisados pelo analista, que recomenda manutenção para CSN e Usiminas.

 

 

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Mercado em números

 

Iguatemi

 

600 mil - É o número de ações ordinárias que a empresa administradora de shopping centers Iguatemi poderá recomprar. No programa aprovado na última quarta-feira 24, a empresa afirma que o montante equivale a 0,757% das suas ações, e que o prazo para exercício é de 365 dias.

 

 

QGEP

 

30% – É a fatia que a QGEP Participações, empresa de petróleo do grupo Queiroz Galvão, comprou da participação da Shell no bloco BS-4, na bacia de Santos. A Shell tinha 40% de participação, dividida com a Petrobras e com a Chevron.

 

 

Lojas Renner

 

R$ 161,1 milhões - Foi o lucro líquido obtido pela varejista Lojas Renner no primeiro semestre do ano, alta de 26% ante o mesmo período de 2010. Na mesma base de comparação, os investimentos subiram mais de 140%, para 

R$ 88,3 milhões.

 

 

ABC Brasil

 

R$ 116,9 milhões - Foi o lucro líquido do Banco ABC Brasil no primeiro semestre do ano, alta de 20,4% ante o mesmo período de 2010. No final do período, a carteira de crédito do banco atingiu

R$ 12,3 bilhões.

 

 

 

Pelo mundo

 

Buffett investe no BOFA

 

O bilionário Warren Buffett, vai investir US$ 5 bilhões no Bank of America, comprando 50 mil ações preferenciais. Ele ainda poderá adquirir outros 700 milhões de ações por US$ 7,14 cada. A notícia fez as ações do banco subir 23% e fechar com alta de 9,4%.

 

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Crédit Agricole lucra menos 

 

O lucro do banco francês Crédit Agricole totalizou € 339 milhões (US$ 448 milhões), no segundo trimestre do ano, queda de 10,6%, ante o mesmo período de 2010. As ações subiram 2,54% em Paris no dia do anúncio.

 

 

Delta compra 100 aviões da Boeing 

 

A companhia aérea americana Delta anunciou a compra de 100 aeronaves da Boeing, modelo 737-900ER, com entregas programadas entre 2013 e 2018. Segundo a empresa sua carteira de pedidos está avaliada em US$ 8,5 bilhões. No dia do anúncio, os papéis da Delta cairam 5,8% e os da Boeing caíram 0,96%.

 

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Personagem

 

Kroton estuda como crescer mais rápido

 

Após completar a integração da Iuni Educacional, adquirida em 2010, e finalizar uma captação de R$ 363,8 milhões com a emissão de units, a Kroton Educacional se prepara para mais um ciclo de crescimento. Carlos Lazar, diretor de relações com investidores da empresa, conversou com DINHEIRO. 

 

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Carlos Lazar, diretor de RI: preferência pelas aquisições

 

Como a companhia vem conseguindo aumentar o número de alunos?

Estamos aumentando o número de unidades, tanto de maneira orgânica, como por aquisições. Queremos continuar crescendo dessa maneira. 

 

Como isso será possível?

A integração com a Iuni já está completa. Com isso, já podemos nos concentrar em novas compras. Também finalizamos uma captação no mercado financeiro e estamos prontos para fazer novas aquisições. Hoje temos cerca de 2 mil instituições privadas de ensino superior no Brasil. O setor é muito pulverizado e isso nos abre boas oportunidades.

 

Como determinar quando o crescimento será orgânico ou via aquisições?

O crescimento orgânico é sempre importante. Mas, para construir um campus onde ainda não temos operações, há uma série de requisitos a ser cumpridos, desde a construção até a autorização para a abertura de vagas no MEC. Esse investimento só vai trazer algum retorno após um ano, e lucro sólido após quatro, quando se formam as primeiras turmas. Ao entrar num mercado novo, também há o risco da demanda. A aquisição de instituições já existentes elimina alguns desses riscos e processos, e acaba sendo mais eficaz. Devemos crescer muito mais via aquisições, mas se houver um lugar onde quisermos muito atuar e não encontrarmos nenhuma instituição no perfil que buscamos, aí vamos para o crescimento orgânico. 

 

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Qual é o perfil de instituição que a Kroton olha?

Buscamos instituições com 3 mil e 7 mil alunos. Vamos focar nos nove Estados onde já temos operações ou em regiões que crescem acima da média do Brasil, como Norte, Nordeste e Centro Oeste.

 

Por causa da concorrência, esses ativos estão caros?

Sim. Nós, Anhanguera Educacional e Estácio formamos um bloco consolidador no setor e os três estão atrás de boas oportunidades. O que não gostamos de fazer é entrar em leilão de preço. Mas como há muitas instituições disponíveis, há espaço para uma competição saudável. 

 

A nova captação deve financiar o crescimento? A queda da bolsa não atrapalhou?

O montante vindo da captação será nossa maneira prioritária de financiamento. O mercado recebeu bem ofertas anteriores do setor. Por isso, quisemos voltar ao mercado. Mesmo com a atual fase de baixa, a bolsa foi o melhor caminho a ser seguido. Em 12 meses, subimos 26%, contra queda de 19% do Ibovespa.

 

 

Colaborou Lilian Sobral