04/07/2025 - 10:49
O banco Santander reduziu suas projeções para a inflação brasileira neste ano e no próximo, segundo seu novo relatório de cenário macroeconômico divulgado nesta sexta-feira, 04, acrescentando que prevê o início de um ciclo de cortes da taxa de juros pelo Banco Central em janeiro de 2026.
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O Santander agora vê a inflação — medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — fechando 2025 em 5,1%, de 5,4% no cenário de maio, depois que uma taxa de “câmbio mais forte ajudou a reduzir a inflação de bens comercializáveis”.
Para 2026, a expectativa é de que o IPCA atinja uma alta de 4,5% ao fim do ano, exatamente o teto da meta de inflação perseguida pelo BC, de uma previsão de avanço de 4,8% informada em maio.
O BC persegue uma meta de inflação com centro de 3% e margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
“O bom desempenho do BRL (real/dólar) tem gerado pressão baixista sobre a inflação, especialmente nos bens comercializáveis. Esse movimento ocorre apesar das incertezas no cenário global e das expectativas em torno da trajetória das variáveis fiscais”, disseram os analistas do banco no documento.
Eles destacaram ainda que, no próximo ano, a redução da projeção para a alta dos preços se deu por conta de uma “menor inércia inflacionária” gerada pela mudança da expectativa para 2025.
Em relação à política monetária do Banco Central, o Santander projeta que a taxa de juros Selic, agora em 15% ao ano, será mantida no patamar atual até o fim do ano, com um corte de juros já em janeiro de 2026 e um afrouxamento até o nível de 13% ao fim do próximo ano.
No relatório de maio, o banco havia apenas sinalizado que via espaço para um corte da taxa básica de juros no primeiro trimestre do próximo ano.
“Após elevar a Selic para 15,00%, o Copom sinalizou o encerramento do ciclo e reforçou a estratégia de juros elevados por período prolongado. A comunicação tem enfatizado os efeitos defasados do ciclo e a necessidade de cautela daqui para frente”, afirmaram os analistas.
Sobre o crescimento da economia brasileira, o banco manteve as projeções de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,0% para 2025 e em 1,5% para 2026.
O Santander ainda reduziu a previsão para o preço do dólar ao fim deste ano para R$5,70, de R$5,80 anteriormente, e reforçou a expectativa de uma taxa de R$6,00 para o fim de 2026.