O banco espanhol Santander deve suspender a nomeação de Alexsandro Broedel Lopes como seu novo vice-presidente de contabilidade, de acordo com uma fonte.

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Broedel, que estava previsto para assumir o cargo no Santander na Espanha nos próximos meses, enfrenta um processo judicial movido por seu antigo empregador, o Itaú Unibanco, que o acusa de desviar fundos enquanto trabalhava para o banco.

O Santander preferiu não se manifestar. Broedel não estava disponível de imediato para comentar.

Os representantes de Broedel disseram anteriormente que seu cliente nega qualquer irregularidade.

O que aconteceu

Alexsandro Broedel Lopes deixou o Itaú em 2024. Em dezembro, o Itaú, o maior banco da América Latina, acusou Broedel de violar políticas internas e de se beneficiar pessoalmente de pagamentos feitos ao consultor jurídico Eliseu Martins e a sua empresa, Care Consultores, com os quais o ex-diretor financeiro tinha uma conexão pessoal.

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Em um processo protocolado na Justiça de São Paulo, o Itaú afirma que Broedel aprovou a contratação de pareceres pelos quais uma empresa pertencente a Martins e a um de seus filhos recebeu R$ 13,255 milhões nos últimos cinco anos, sendo R$ 10,455 milhões entre 2022 e 2024. Parte desse valor era posteriormente repassada a contas de uma segunda empresa, em que Martins e Broedel eram sócios, e a contas do próprio Broedel.

Ao todo, afirma o Itaú, o ex-diretor teria recebido R$ 4,860 milhões ao longo dos últimos cinco anos. A situação configura conflito de interesses, de acordo com a defesa do banco, dado que Broedel autorizou pagamentos que em parte chegariam até ele.

Foram contratados ao todo 40 pareceres, e Broedel teria dado por recebidos 36 deles. No entanto, após investigação, o banco encontrou apenas 20 desses pareceres. Os demais, de acordo com argumentação dos acusados reproduzida pela defesa do banco, teriam sido relativos a serviços de consultoria, ou seja, de natureza distinta da que constava nas notas fiscais.