22/03/2021 - 19:37
O CEO da Santos Brasil, maior operadora de contêineres do País, Antônio Carlos Sepúlveda, foi o entrevistado da live da IstoÉ Dinheiro nesta segunda-feira (22). Na conversa, ele falou sobre a atividade portuária brasileira na retomada da economia este ano. Para o executivo, apesar do ano ruim para os negócios em 2020, em função da pandemia do coronavírus, a retomada econômica vai acontecer assim que ampliar a vacinação contra a covid-19 no País. No balanço do ano passado da empresa, os números foram de queda. O faturamento da companhia foi de R$ 929,6 milhões, queda 4,4% em relação ao ano anterior. “Estamos otimistas em relação a movimentação portuária no Brasil em 2021”, diz.
A Santos Brasil opera cinco terminais portuários no País, em Santos, Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA). O mais relevante deles é o terminal de contêineres em Santos. Na live, Sepúlveda diz que a empresa está se preparando para diversificação e expansão da atuação da companhia em setores desassistidos e que tenham sinergia com as atuais operações da empresa. Ao cabo, a ideia é ampliar o portfólio e reforçar a participação da companhia no mercado portuário, ampliando a conectividade com os serviços logísticos oferecidos à sua base atual de clientes e futuros parceiros. “Estamos olhando setores de granéis sólidos, líquidos e logística”, antecipa.
No bate-papo, Sepúlveda afirmou que o grupo deve participar da concorrência por quatro terminais de granéis líquidos, investir em terminais de combustíveis, além da área de logística. Signatária do Pacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que mobiliza empresas para o avanço relacionado ao desenvolvimento sustentável, Sepúlveda diz que a agenda “ESG” (Enviromental, Social and Governance) – o termo compreende um conjunto de ações que empresas devem tomar sobre meio ambiente, sociedade e governança corporativa – faz parte da agenda da companhia. “Estamos conseguindo reduzir de maneira consistente a emissão de carbono”, afirma.
O executivo, na troca de ideias, disse que o caminho da privatização do Porto de Santos, prevista para o ano que vem, pode ser uma das soluções possíveis para melhorar a aplicação de recursos do porto público. Porém, será preciso encontrar um modelo que garanta a harmonia entre a empresa privada que irá administrar a Autoridade Portuária privatizada e os arrendatários que já investem no porto há décadas. “Porto é instrumento de política pública. Então, nunca deve ser tocada com o objetivo de gerar caixa para o dono do porto. O Estado tem que mediar os interesses”, finaliza.