O Santos Futebol Clube decidiu estampar dados da desigualdade racial do País em suas camisas de jogo. Em uma ação realizada no dia 16 de novembro, em partida válida pela 33a rodada do Campeonato Brasileiro, o time vestiu números que representam não somente quão minoritárias são as pessoas negras em profissões, mas também com formações superiores, em diferenças salariais e outros dados alarmantes – como em percentual de vítimas de homicídios. A ação, promovida em parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, mostra que a população negra representa apenas 1% dos advogados no País, 17% dos médicos, 18% entre os mais ricos e 29% dos brasileiros com pós-graduação. Os números avançam, porém, quando o assunto é a parcela de presidiários que são negros (61%), trabalho infantil (64%), gravidez na adolescência (70%) e trabalho escravo (85%). Num momento em que a intolerância às desigualdades e o racismo mostram as suas faces em diversos campos de futebol pelo mundo, a bandeira levantada pelo clube é fundamental. Que outros sigam o exemplo.

(Nota publicada na Edição 1148 da Revista Dinheiro)