24/06/2025 - 12:52
São Paulo, 24 – A São Martinho encerrou o quarto trimestre da safra 2024/25 com lucro líquido de R$ 105 milhões, queda de 83,3% na comparação com igual período do ciclo anterior, segundo o resultado financeiro da companhia divulgado na segunda-feira, 23, depois do fechamento do mercado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia somou R$ 771,4 milhões no trimestre, recuo de 33,2% em relação ao quarto trimestre da safra anterior, com margem de 44,4%. Já o Ebit ajustado caiu 45,9%, para R$ 252,3 milhões, com margem de 14,5%.
A receita líquida foi de R$ 1,74 bilhão entre janeiro e março deste ano, 28,2% abaixo do registrado em igual intervalo da safra anterior. O desempenho foi pressionado pela queda de 48,9% na receita com açúcar, que somou R$ 605,3 milhões, e pela retração de 11,5% na receita com etanol, que fechou o trimestre em R$ 1,01 bilhão. O volume exportado de etanol teve redução significativa, de 62,9%.
Outros segmentos da companhia mostraram crescimento. A receita com a venda de DDGS, coproduto da produção de etanol de milho, aumentou 113,6% no período, para R$ 38,9 milhões. A energia elétrica renovável gerou R$ 11,1 milhões em receita, alta de 66,8%, enquanto os créditos de descarbonização (CBIOs) movimentaram R$ 26 milhões, com recuo de 35,5%.
A dívida líquida da companhia atingiu R$ 4,9 bilhões ao fim de março, 48,6% acima do registrado um ano antes. A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado ficou em 1,43 vez.
Encerramento da safra 2024/25
A São Martinho encerrou a safra 2024/25 com lucro líquido de R$ 556,7 milhões, queda de 62,3% frente ao ciclo anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 3,45 bilhões no acumulado da safra, alta de 12,2%, com margem de 47,9%. O Ebit ajustado foi de R$ 1,57 bilhão na safra (+27,8%).
No release de resultados, a companhia citou os impactos dos incêndios. Segundo a São Martinho, eles “provocaram uma deterioração do mix de produto e da qualidade da matéria-prima processada, reduzindo a margem do nosso portfólio e eliminando cerca de R$ 250 milhões em Ebitda do nosso resultado”.
A receita líquida atingiu R$ 7,2 bilhões ao longo do ciclo, avanço de 4% na comparação anual, impulsionada pelo melhor desempenho do etanol, cuja receita cresceu 19,2% e chegou a R$ 3,21 bilhões.
O segmento respondeu por 1,2 bilhão de litros vendidos, incluindo 212,6 milhões de litros provenientes da operação de milho, que concluiu seu primeiro ano de operação plena. As vendas de açúcar somaram R$ 3,27 bilhões, queda de 9,8%, com retração de 9,4% no volume comercializado.
A consolidação da planta de etanol de milho e a conclusão de seu primeiro ano completo de operação plena foi citado pela empresa como um destaque, por marcar “o início de uma campanha de contribuições que serão fundamentais para o atingimento de nossos objetivos estratégicos ao longo dos próximos anos, com diversificação de matéria-prima, ganho de eficiência e melhor rentabilidade do etanol”.
Entre os dados operacionais, a São Martinho processou 21,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (-5,5%) e 511,4 mil toneladas de milho na safra. A produção total de ATR (açúcares totais recuperáveis) chegou a 3,48 milhões de toneladas, alta de 1,6%, mesmo com os prejuízos causados por queimadas que destruíram 1 milhão de toneladas de cana. “Não fosse pelos impactos dos incêndios generalizados, que devastaram cerca de 1 milhão de toneladas de cana, teríamos potencial para alcançar marcas históricas já nesta safra”, afirmou a companhia.
As vendas incluíram ainda 964 mil MWh de energia elétrica renovável (+22,8%), 136 mil toneladas de DDGS, coproduto da produção de etanol de milho (+32,1%), e 1.217,5 mil créditos de descarbonização (CBIOs, +30,4%).