30/11/2020 - 17:05
O governador do estado de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira (30) a retomada das medidas para evitar aglomerações, depois de um aumento nas infecções, mortes e internações por coronavírus ter sido registrado nas últimas três semanas.
“Com um claro aumento da instabilidade da pandemia, (…) São Paulo vai retornar para a fase amarela”, que impõe mais restrições às atividades diárias do que a fase verde, na qual estavam até agora 76% dos 45 milhões de habitantes do estado, disse Doria em coletiva de imprensa.
“Essa medida, quero deixar claro, não fecha comércio, nem bares ou restaurantes, não fecha atividades econômicas”, mas “busca evitar aglomerações e o aumento do contágio da covid-19”, acrescentou.
O anúncio foi feito um dia após as eleições municipais em que o prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, vice de Doria quando ele era o prefeito, foi reeleito.
Na prática, lojas e serviços terão que reduzir sua ocupação máxima de 60% para 40%, reduzir seu funcionamento de 12 para 10 horas por dia e fechar no máximo às 22h, entre outras medidas. Escolas e faculdades, porém, continuarão funcionando.
São Paulo, com 1,2 milhão de infecções e mais de 42 mil mortes, registrou aumento na curva de casos e óbitos devido à falta de adesão da população, principalmente dos mais jovens, às medidas de prevenção, como usar máscara e evitar aglomerações.
O estado registrou uma média de 108 mortes por dia nos últimos 14 dias, enquanto no final de outubro o número era de 94, segundo dados do Ministério da Saúde.
O Brasil tem quase 173 mil mortes – número superado apenas pelos Estados Unidos – e 6,3 milhões de infecções confirmadas. A média diária de mortalidade caiu de mais de 1.000 para 324 no início de novembro, mas voltou a subir para mais de 500 atualmente, de acordo com dados oficiais.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda que a situação da pandemia no Brasil é “muito, muito preocupante”.
“Acho que o Brasil deveria levar isso muito, muito a sério. É muito, muito preocupante”, alertou ele de Genebra.
O presidente Jair Bolsonaro nega a gravidade da doença e a utilidade das medidas preventivas, como o uso de máscaras.
“Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas”, disse Bolsonaro no início de novembro.