Na noite do último domingo (30) um estranho fenômeno luminoso apareceu no céu do Maranhão e do Tocantins. Segundo especialistas, foi uma reentrada indesejada na nossa atmosfera – talvez um pequeno satélite Starlink, lançado em 2020.

A SpaceX tem planos para colocar a funcionar uma constelação de 12 mil satélites (com potencial de expansão para 42 mil). Esta rede conseguirá fornecer banda larga para qualquer lugar do mundo.

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Os satélites de Musk não são geoestacionários. O plano é que eles ocupem órbitas muito mais baixas, entre 340 km e 1.150 km de altitude. Isso diminui a distância que o sinal necessita de percorrer e melhora a latência. Estes pequenos satélites da rede proprietária da SpaceX pesam cerca de 260 kg. Quando chegam ao fim de vida, o seu cemitério é a Terra.

Os residentes da cidade de Imperatriz (MA) e de Araguaína (TO) puderam registar o momento em que um satélite sai de órbita e se desintegra na nossa atmosfera. A bola de fogo cruzou o céu por volta das 23 horas (de Brasília).

Um indício de que era lixo espacial foi a lenta velocidade da bola de fogo, isto é, a passagem durou mais de 20 segundos. Se fosse um meteorito era bem mais rápido, assim como se fosse um avião.

“Era muito brilhante, tinha uma bola maior e muitas bolas pequenas juntas, e passou lentamente”, disse uma moradora que viu a bola de fogo e relatando um brilho laranja.

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Há cada vez mais satélites preenchendo a órbita da Terra. Como tal, começa a ser “normal” as reentradas de peças, e de lixo espacial após o término da sua missão. Contudo, iremos começar a ver cada vez mais satélites a caminho da sua destruição na atmosfera.

Alguns deles têm uma data de validade, outros têm defeitos, e no final são “desfeitos”, incinerados pelo atrito ao atravessar as camadas de gases até chegarem ao solo. Estes acontecimentos nem sempre são controlados.

Quando chegam à nossa atmosfera a uma velocidade muito alta, e ao queimarem, geram um fenômeno luminoso, como se viu no Brasil. As cores do rasto dependem da construção do equipamento, do combustível e da contenção dos gases.

Durante o processo, o objeto se destrói, se desintegra quase por completo. Nesse sentido, se estas partículas atingirem o solo, serão muito pequenas. Portanto, fique tranquilo. O risco de ferimentos ou destruição a partir destes detritos é praticamente inexistente.