07/05/2021 - 18:23
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – O governo brasileiro ainda não tem a confirmação da data de embarque da China para o Brasil de um novo lote do insumo farmacêutico ativo (IFA) da CoronaVac a fim de garantir o envase de novas doses da vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, nesta sexta-feira.
“A gente está sempre conversando, quer seja com a embaixada brasileira em Pequim, quer seja com o embaixador chinês aqui no Brasil sempre com o objetivo de garantir que esse IFA chegue ao país”, disse o secretário em entrevista coletiva.
+ Brasil passa a apoiar negociações para quebra de patentes de vacinas
+ UE pede que EUA e outros exportem vacinas em vez de falarem em quebra de patente
“Não temos ainda a confirmação de embarque do IFA”, acrescentou.
Rodrigo Cruz afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reuniu-se com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para tratar do envio do IFA para o envase do imunizante pelo Instituto Butantan.
Em meio a discussões sobre remessa de insumos, o presidente Jair Bolsonaro ameaçou causar um incidente diplomático ao sugerir que a China pode ter criado o novo coronavírus como parte de uma “guerra bacteriológica”.
Segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas, instituto já envasou todo IFA da CoronaVac que tinha disponível e agora espera pela chegada de um novo lote de matéria-prima, esperado para o dia 18 deste mês, no máximo.
“O IFA que estava disponível foi processado na primeira fase que é o envase. Ele continua no controle de qualidade até a liberação”, afirmou Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado.
Na quinta-feira, Covas alertou que podem faltar doses de vacina para o Butantan entregar ao Ministério da Saúde por causa da demora na chegada de IFA importado da China, que ele atribuiu à lentidão na autorização de envio por parte do governo chinês que, por sua vez, disse ele, devia-se à postura do governo Bolsonaro em relação ao país asiático.
Até o momento o Butantan entregou 43 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. O contrato do instituto com a pasta prevê 100 milhões de doses da vacina até o final de setembro.