Depois da polêmica, o Ministério da Saúde voltou a incluir no boletim  sobre microcefalia o número de casos de bebês que tiveram a confirmação  do vírus zika: 67 casos. O dado havia sido retirado do informe  divulgado na semana anterior. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, não  explicou por que o dado voltou a ser informado pelo governo.  Questionado, afirmou que a retirada tinha sido motivada para evitar  ”erros” que teriam sido cometidos na interpretação desse dado. O número  de casos de bebês relacionados ao zika, avaliou, seria muito maior do  que o confirmado por exames.

A mudança da semana passada  provocou críticas de especialistas e descontentamentos de um setor  dentro do próprio ministério. Na ocasião, a mudança foi interpretada  como uma estratégia para inflar os números da epidemia e, com isso,  aumentar os argumentos para a aprovação no Congresso de um imposto para  financiar a Saúde.

Boletim divulgado na tarde desta  terça-feira, 23, mostra que o número de casos suspeitos de microcefalia  subiu 4,3% em relação ao informe anterior, apresentado na semana  passada. Até o momento, foram contabilizados 4.107 bebês com a  má-formação. Semana passada, eram 3.935. Do total de casos até o  momento, foram confirmados 583 e outras 950 foram descartados. Isso  significa que, dos casos notificados, 37% foram esclarecidos – um número  considerado baixo pela própria pasta.

Os casos  confirmados ocorreram em 235 municípios, distribuídos em 15 Estados e no  Distrito Federal. Já os casos suspeitos foram registrados em 1.101  municípios de 25 unidades da Federação. Somente Amapá e Amazonas não têm  registro de casos. Até o momento, foram contabilizadas 120 óbitos por  microcefalia ou por alterações no sistema nervoso central logo depois do  parto ou durante a gestação. Do total, foi confirmada microcefalia e  outras alterações em 25% dos casos.