O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista à BBC, que, se fosse deputado votaria contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece uma blindagem aos congressistas perante o Supremo Tribunal Federal (STF). “Se eu fosse deputado, eu seria contra e votaria contra. Eu acho que a maior blindagem que as pessoas precisam é ter um comportamento sem cometer nenhum ilícito na vida. Eu acho desagradável as pessoas fazerem uma blindagem, inclusive colocando o presidente de partido. Ficou uma coisa muito esquisita para a sociedade brasileira compreender o que é isso”, disse.

Lula afirmou, ainda, que se fosse presidente de seu partido, o PT, orientaria todos os parlamentares a votarem contra o texto. “Eu não sou o presidente do meu partido, sou o presidente da República. Eu estou dizendo para você que se eu fosse deputado, eu votaria contra. Se eu fosse presidente do meu partido, orientaria para votar contra. Aliás, eu votaria para fechar questão e votar contra”, declarou.

A bancada do PT votou majoritariamente contra a proposta que ficou conhecida como PEC da Blindagem, mas oito congressistas votaram favoravelmente ao texto, o que provocou críticas por parte da sociedade civil. A PEC foi encampada majoritariamente pela direita bolsonarista e pelo Centrão.

Questionado sobre se teria medo de enfrentar o ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa eleitoral de 2026, Lula disse que não tem “nenhum problema” em disputar “com quem quer que seja”. “Eu ganhei dele quando ele estava na Presidência. Não me causa nenhum problema disputar eleição com quem quer que seja. O que eu acho é que esse cidadão cometeu um crime e se ele não provar a inocência dele até o final desse processo, ele vai ser condenado e vai ser preso”, afirmou.