31/01/2017 - 9:08
O grupo educacional brasileiro SEB, do empresário Chaim Zaher, acertou com a britânica Pearson a recompra do sistema de ensino Pueri Domus, que havia sido adquirido pela multinacional em 2010. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o valor do negócio ficou em R$ 20 milhões, o equivalente a cerca de um oitavo do que a Pearson pagou sete anos atrás pelo sistema.
Em 2010, a Pearson comprou o Pueri Domus, por R$ 888 milhões, junto com os sistemas de ensino Dom Bosco e COC. Na época, o Pueri Domus representou cerca de 20% do total da aquisição, ou aproximadamente R$ 160 milhões.
A Pearson e a SEB não revelaram oficialmente o valor da nova transação. Em nota, porém, a Pearson afirmou que as cifras divulgadas na segunda-feira, 30 “não procedem”.
A nova negociação entre as duas companhias envolveu também a prorrogação do uso dos sistemas COC e Dom Bosco pelas escolas detidas pelo grupo do empresário Chaim Zaher por cinco anos. “Foi um bom negócio para ambas as partes”, definiu o empresário, que está transformando a SEB em uma companhia voltada para a educação básica.
A companhia negocia mais aquisições para os próximos meses – incluindo um sistema de ensino bilíngue e uma marca de colégios de preço mais competitivo, com mensalidades entre R$ 500 e R$ 600 – e prevê voltar ao mercado de capitais em 2018 (a companhia teve capital aberto no passado, mas deixou a Bolsa).
Para Carlos Monteiro, consultor no setor de educação, a expectativa de recuperação da economia pode reanimar o setor de educação básica, que perdeu alunos nos últimos anos por causa da crise. “Os pais estão muito desanimados com a qualidade do ensino público”, disse o especialista. “A tendência é que a classe média volte para as escolas privadas rapidamente.”
Negócios. O grupo SEB, que faturou cerca de R$ 500 milhões em 2016, está dividido em quatro negócios. O primeiro será o das escolas Concept, bandeira super premium lançada no fim do ano passado, ao custo de R$ 100 milhões, e que já tem unidades em Ribeirão Preto (SP) e Salvador. A empresa terá uma área dedicada aos sistemas de ensino (denominada Conexia) e outras duas voltadas a colégios para a classe média alta e para famílias de renda mais baixa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.