05/08/2025 - 12:20
O mercado imobiliário da cidade de São Paulo teve expansão dos lançamentos e das vendas no mês de junho, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira, 5, pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
Os lançamentos em junho tiveram alta de 6% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 13,5 mil casas e apartamentos. No acumulado dos últimos 12 meses até junho, os lançamentos aumentaram 44%, totalizando 124,2 mil unidades.
Já as vendas de imóveis residenciais novos em junho tiveram uma alta de 9,6% na comparação anual, para 10,1 mil unidades. No acumulado dos últimos 12 meses, a comercialização avançou 27%, para 113,3 mil unidades.
A velocidade de vendas (que mede a quantidade de unidades vendidas em relação ao estoque disponível) em junho foi de 13,6%, o que representa uma recuo de 0,2 pp na comparação anual.
A pesquisa do Secovi-SP mostrou também que o estoque de imóveis novos disponíveis para venda (considerando unidades na planta, em obras e recém-construídas) subiu 11,6% em um ano, para 64,3 mil unidades.
No ritmo atual das vendas, esse estoque seria suficiente para abastecer a demanda por seis meses em casos de moradias populares, onde a liquidez é maior, e por oito meses no segmento de médio e alto padrão.
A demanda por imóveis está aquecida em função do crescimento da economia brasileira, com elevação do emprego e da renda da população. Embora os juros altos inibam as vendas, esse efeito está sendo compensado pelos incentivos públicos, com juros reduzidos e subsídios dentro do Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Minha Casa Minha Vida segue puxando o mercado
O Minha Casa Minha Vida tem respondido por uma fatia cada vez maior nos negócios, segundo a pesquisa do Secovi-SP.
As vendas de imóveis dentro do programa habitacional na cidade de São Paulo cresceram 52% no acumulado dos últimos 12 meses até junho, chegando a 67,8 mil unidades. Com isso, o MCMV já responde por 60% das vendas totais (ante 50% um ano atrás).
No caso dos lançamentos, os projetos dentro do MCMV dispararam 48% nos últimos 12 meses, para 75,2 mil unidades. Eles representaram 61% do total de lançamentos (ante 51% um ano atrás).
Já no caso dos empreendimentos do setor de médio e alto padrão (que engloba unidades acima de R$ 500 mil), o desempenho foi mais discreto. As vendas nos últimos 12 meses subiram 3%, para 45,5 mil unidades, enquanto os lançamentos aumentaram 37%, para 49,0 mil unidades.
Os projetos do MCMV deslancharam desde que as novas regras do programa passaram a valer, em 2023, com redução dos juros e aumento dos subsídios e facilitação. Outra contribuição veio dos lançamentos de programas estaduais, com oferta de subsídios adicionais como entrada para aquisição da casa própria.
Neste ano, o governo federal ampliou a abrangência do MCMV para imóveis de até R$ 500 mil. Até então, ia até R$ 350 mil.
Por sua vez, os empreendimentos do setor de médio e alto padrão são financiados com linhas de mercado, com subida das taxas de juros nos últimos meses. Esse fator tem esfriado os negócios no segmento.