06/04/2016 - 17:15
O secretário americano de Segurança Interna, Jeh Johnson, fez um alerta nesta quarta-feira em relação às declarações contra muçulmanos na campanha eleitoral à presidência dos EUA, comparando-as à campanha anticomunista dos anos 1940 e 1950.
Johnson descreveu como seu avô foi obrigado a testemunhar na Câmara de Representantes, em 1949, como resultado da caça às bruxas contra comunistas e opositores políticos promovida pelo senador republicano Joseph McCarthy.
“Em pleno ‘medo vermelho’, ele teve de negar que era membro do Partido Comunista e pronunciou um discurso apaixonado sobre o patriotismo dos negros americanos”, disse Johnson, no “Simpósio sobre Contenção do Extremismo Violento”, realizado em Washington.
“Esforços e discussões que têm como efeito vilipendiar os muçulmanos americanos são contrários aos nossos interesses de segurança interna”, declarou o secretário, sem se referir a qualquer candidato, especificamente.
“Aqueles que não conhecem (a História), vão repeti-la”, acrescentou Johnson.
“A grande, grande maioria dos muçulmanos americanos (…) é de pessoas devotadas e patriotas que amam este país e que querem nos ajudar na segurança pública, a que nossos país seja seguro, porque sabem que também é sua Pátria”, declarou Johnson.
Os dois principais pré-candidatos republicanos na corrida pela Casa Branca – Donald Trump e Ted Cruz – já deram declarações hostis para com os muçulmanos.
Trump quer proibir temporariamente a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, enquanto Cruz pretende autorizar a Polícia a “patrulhar” bairros com membros dessa comunidade.
O governo Barack Obama já condenou essas propostas, e o secretário de Estado, John Kerry, considerou-as “uma vergonha para o nosso país”.