18/07/2021 - 7:26
Os fiéis muçulmanos continuaram a chegar neste domingo(18) à cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, no segundo dia da grande peregrinação muçulmana anual, marcada novamente como no ano passado por uma redução no número de pessoas autorizadas a participar devido à covid.
Apenas 60.000 sauditas e estrangeiros residentes no reino e vacinados têm permissão para participar do hajj, a grande peregrinação do Islã.
Um número acima de 10.000 no ano passado, mas longe dos 2,5 milhões de 2019.
Desde sábado, centenas de fiéis divididos em pequenos grupos começaram a girar em torno da Kaaba, a estrutura cúbica negra localizada no coração da Grande Mesquita e para a qual as orações dos muçulmanos em todo o mundo são dirigidas.
Essa peregrinação, conhecida como “tawaf” em árabe, é essencial para completar a peregrinação a Meca e marca o início das festividades, antes do lançamento oficial de outros rituais do hajj.
Os peregrinos seguiram para o vale de Mina onde passarão a noite, antes de subir o Monte Arafat ou Jabal Al Rahma, Monte da Misericórdia, um dos ápices da peregrinação. Esta etapa é dedicada a orações e invocações.
De acordo com a tradição muçulmana, foi nessa colina que o Profeta Maomé deu adeus aos muçulmanos que o acompanharam na peregrinação no final de sua vida.
Imagens transmitidas neste domingo pelo canal de televisão pública Al Ikhbariya mostraram peregrinos chegando ao Vale de Mina a bordo de ônibus lotados.
O vice-ministro saudita de Hajj, Abdulfattah bin Sulaiman Mashat, disse à AFP que cerca de 46.000 peregrinos chegaram a Mina.
“As equipes de saúde pública monitoram o estado de saúde dos peregrinos 24 horas por dia desde sua chegada a Meca”, disse o diretor do departamento de hajj do Ministério da Saúde, Sari Asiri.
Esta edição do hajj ocorre em um momento em que as infecções por covid-19 continuam a aumentar na maior parte do mundo.
A Arábia Saudita detectou 508.521 casos do coronavírus e 8.063 mortes, em uma população de 34 milhões, segundo dados publicados neste sábado.
– “Privilégio” –
Os escolhidos entre mais de 558 mil candidatos estão totalmente vacinados contra o coronavírus, têm entre 18 e 65 anos e não são portadores de doenças crônicas, segundo o ministério responsável pelo evento.
“É um privilégio realizar o hajj entre um número muito limitado de peregrinos”, disse à AFP Saddaf Ghafour, um paquistanês de 40 anos acompanhado por um amigo.
Para Marwa, uma egípcia de 42 anos, “o hajj deste ano é uma grande bênção que nosso Senhor me deu”.
Esta mãe de três filhos tentou várias vezes fazer a peregrinação antes da pandemia. O ritual anual constitui um dos cinco pilares do Islã, obrigatório para os muçulmanos, se eles tiverem capacidade física e financeira para realizar o hajj.
O ministério do Hajj indicou em julho que havia tomado “medidas sanitárias mais rígidas” este ano, pois o mundo acompanha com preocupação a disseminação de novas variantes do vírus.
“Passes eletrônicos de hajj” também foram introduzidos, permitindo o acesso sem contato a hotéis, acampamentos e transporte para peregrinos e robôs para distribuir água benta. Além disso, os peregrinos não podem tocar a Kaaba.
Em 2020, antes da chegada das vacinas, as autoridades sauditas organizaram o menor hajj da história moderna para evitar a disseminação do vírus e nenhum caso foi detectado.