05/05/2004 - 7:00
Na quinta-feira 29, o executivo Rodolfo Moreira não despachou como de hábito no escritório da empresa. Ele passou o dia analisando obras de arte numa galeria. De Miró a Di Cavalcanti, Rodolfo aprendeu as características de cada artista, as obras mais procuradas e o valor de cada uma delas. Rodolfo não pretende ser um marchand. O objetivo dele é estar bem preparado para atender pessoas de alta renda que buscam seguros específicos para bens acima de R$ 300 mil. Rodolfo é gerente-executivo da área private da Marsh, corretora de seguros que acaba de criar um departamento para a clientela que busca seguro para jatinhos, obras de arte, jóias, cavalos, notebook e até jet ski. Outras seguradoras querem entrar nesse mercado. É o caso da Unibanco AIG, que se prepara em segredo para oferecer seguros para uma freguesia vip. A americana Chubb é a seguradora mais tradicional nesse ramo e trabalha com todos os serviços de um private banking, só que especializado em seguros.
O público alvo são os cerca de 1,3 milhão de famílias no País com renda mensal acima de R$ 10 mil, segundo estudo recente do secretário municipal do Trabalho de São Paulo, Márcio Pochmann. ?Vamos começar a oferecer o produto para executivos e presidentes de empresas que já são nossos clientes?, diz Moreira, da Marsh.
A seguradora Aig mandou ao Brasil uma especialista nessa área nos Estados Unidos para investigar o potencial do País. Agora, a Unibanco Aig estuda a criação de um departamento específico aos moldes americanos. No ramo de seguros para ricos, a Chubb é a seguradora mais tradicional. ?A demanda por esse tipo de seguro cresce a cada dia?, constata Sidney Munhoz, diretor da Chubb na área de seguros pessoais de alta renda. Para atrair a freguesia, a seguradora não poupa esforços. Nos últimos meses, a empresa promoveu encontros com clientes e possíveis interessados em comprar seguros. As reuniões acontecem durante campeonatos de golfe, pólo e até entre os aficionados do clube Ferrari e Porsche. ?Buscamos criar situações que deixem nosso cliente à vontade para falar de negócios?, diz Munhoz, que engrossa o grupo dos consultores de seguros pessoais de alta renda.