26/05/2004 - 7:00
O brasileiro se habituou a ouvir que renda fixa é o porto seguro dos investimentos. Qualquer solavanco na economia, os investidores migram para os fundos DI ou renda fixa, atrelados aos juros do governo, um dos mais altos do mundo. No mês passado, esses fundos decepcionaram o investidor que busca proteger o capital. Boa parte dos fundos DI rendeu abaixo da inflação. Mas não há motivo para desespero. Os especialistas de mercado garantem que a renda fixa continua sendo uma boa opção para os conservadores. ?O rendimento deve melhorar no longo prazo?, afirma Márcio Appel, superintendente do Banco Santander. O segredo agora é saber por quanto tempo o dinheiro poderá ficar aplicado. Com a tendência de queda dos juros no longo prazo, faz toda a diferença investir num fundo DI ou num fundo de renda fixa, dependendo do prazo do investimento.
Para quem pretende resgatar os recursos antes de seis meses, o fundo DI é o mais indicado. Os gestores desse tipo de fundo aplicam somente em papéis pós-fixados, que seguem a taxa de juros da economia. ?Esse é o melhor fundo para o investidor não correr risco?, diz Marcelo Silva, diretor de renda fixa da Bradesco Asset Management. Os próximos meses devem alternar momentos de euforia do mercado com quedas nos preços dos papéis. Os analistas temem que a possível alta na taxa de juros americana e a retração da economia na China possam balançar os investimentos no País. ?Esses fatores deixarão o mercado mais sensível?, diz Silva. Com isso, se o investidor acredita numa alta dos juros e precisa resgatar o dinheiro no curto prazo, o DI é o melhor investimento.
Uma nova opção no mercado de renda fixa é o fundo DI de curto e longo prazo. O fundo de curto prazo investe em títulos públicos com até três meses de vencimento. Já os fundos de longo prazo são aqueles que aplicam em papéis públicos e privados com vencimento acima de quatro meses. Um prazo de vencimento maior significa aumento de risco. A lógica é que quanto maior o prazo de carregamento do papel, maior o risco de desvalorização do título. Por isso, o ganho financeiro também é mais gordo. ?Se o investidor está disposto a arriscar mais terá a chance de ter um ganho maior?, diz Renato Ramos, superintendente de renda fixa do HSBC.
Para quem não quer levar sustos, os fundos DI de curto prazo são os mais recomendados, pois apresentam menor oscilação na cota. Outra característica é que ele não pode aplicar em títulos privados. ?Esse tipo de investimento só apresenta risco do governo, o mais baixo possível?, diz Ramos. A tendência é de mercado instável e aplicar em fundos que oscilam menos é o mais indicado. ?As cotas do fundo de renda fixa devem chacoalhar nos próximos meses?, afirma Paulo Caricatti, superintendente de renda fixa da Citigroup Asset Management. ?A Selic deve subir?, diz. Com essa perspectiva de cenário, só resta ao investidor buscar um porto seguro.
Fundos de renda fixa
Rentabilidade
em 12 meses Taxa de
Administração Patrimônio*
Sul América Green Tulip Fif 22,92% 0,8% R$ 81,80
Pactual Fix Fif 22,48% 1,0% R$ 54,40
Citimarkets Advanced Prime 22,20% 1,0% R$ 1.243,00
Votorantim Renda Fixa Fif 22,12% 0,5% R$ 453,00
Santos Credit Yield 22,09% 0,0% R$ 530,80
Hsbc Tradicional Ba Fif 21,91% 0,3% R$ 91,14
Boston Long Term Maxi Fix 21,66% 0,5% R$ 919,60
Bb Fix Private Faq 21,48% 0,5% R$ 4.255,00
Alfa Mix Fif 21,39% 0,5% R$ 308,30
Santander Premium RF Faq 21,36% 0,5% R$ 308,30
METODOLOGIA: fundos abertos, aplicação inicial de R$ 5.000; PL acima de R$ 25 milhões em 3/5/2004.
Obs: os fundos da Globalinvest não entraram no ranking, pois a empresa é a fonte da pesquisa