Não é novidade para ninguém que a indústria automobilística vive um pequeno dilema. Por um lado, precisa investir fortemente em tecnologias de conectividade para acompanhar a revolução digital. Por outro, quanto mais autônomos e conectados ficam os carros, menos prazer ao dirigir eles proporcionam aos seus velhos fãs.

Pior que isso: a nova geração não está muito interessada em dirigir automóveis. Prefere outras formas de mobilidade. Entre a cruz e a caldeirinha, a indústria ainda teve de conviver, nos últimos anos, com a ameaça de um Google Car, totalmente autônomo, pegando e deixando passageiros em vários cantos da cidade, em conexão com os smartphones.

Para sorte da indústria automobilística, o Google desistiu recentemente da ideia. Descobriu que fabricar carros dá trabalho demais e só os custos de renovação de sua meia dúzia de veículos de testes já o desanimou. Melhor assim: cada um no seu quadrado.

Mas o cenário continua preocupante para quem fabrica automóveis. Segundo o ranking BrandZ, que avalia mais de 23 mil marcas internacionais anualmente, por meio de um banco de dados que reúne cerca de 650 mil consumidores de 31 países, o Google sozinho vale praticamente o dobro da soma das únicas seis montadoras presentes na lista das 100 empresas mais valiosas de 2016.

O Google ultrapassou a Apple e voltou à liderança do ranking, pois foi avaliado em US$ 229,198 bilhões, contra US$ 228,460 bilhões da empresa fundada por Steve Jobs. Juntas, as seis montadoras citadas (Toyota, BMW, Mercedes, Honda, Ford e Nissan) somam “apenas” US$ 116,804 bilhões, um pouco menos que o valor da terceira colocada da lista, a Microsoft, que vale US$ 121,824 bilhões.

Líder mundial de vendas de carros híbridos, com o modelo Prius, a Toyota é a fabricante de automóveis mais bem colocada: está em 28º lugar, avaliada em US$ 29,501 bilhões. Na lista das Top 40, só mais duas marcas: BMW (33º com US$ 26,837 bi) e Mercedes (39º com US$ 22,708 bi).

As outras três marcas de automóveis citadas aparecem apenas em 74º (Honda, com US$ 13,195 bi), 75º (Ford, com US$ 13,084 bi) e 92º lugar (Nissan, com US$ 11,479 bi). A ausência mais sentida – e sintomática – é a da Volkswagen, líder mundial na venda de carros de passeio e comerciais leves.