Os jogadores de futebol do Time Brasil em Tóquio não utilizaram os agasalhos da Peak, empresa patrocinadora do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no pódio da cerimônia de premiação. Os atletas romperam o contrato estabelecido pelo COB e receberam a medalha de ouro exibindo a marca da Nike, que patrocina diretamente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O contrato da Peak libera os atletas de federações com patrocinadores exclusivos para competirem com suas marcas. No entanto, os atletas deveriam utilizar as roupas da marca esportiva chinesa na Vila Olímpica, no transporte aos jogos e na cerimônia de premiação.

Neste domingo (8), tanto a Peak como o COB divulgaram notas de repudio contra a CBF e aos jogadores de futebol. O COB anunciou que “tornará públicas as medidas que serão tomadas para preservar os direitos do Movimento Olímpico, dos demais atletas e dos nossos patrocinadores”.

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No Instagram, a Peak ironizou o uso de suas calças com os agasalhos amarrados à cintura: “Alguém será responsável por isto e por colocar a Nike nesta situação embaraçosa”.

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Polêmicas

Ainda na transmissão ao vivo da Rede Globo, o narrador Galvão Bueno criticou a atitude dos atletas: “Gostaria muito de saber de onde partiu a decisão de não usar o uniforme inteiro do COB, de amarrar na cintura o casaco e usar a camisa do uniforme da CBF. Profundamente lamentável a atitude do futebol”.

Na sequência, alguns atletas olímpicos fizeram coro à crítica. Foi o caso do nadador Bruno Fratus, medalhista de bronze nos 50m livre dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “A mensagem foi clara: não fazem parte do time e não fazem questão. Também estão completamente desconexos e alienados as consequências que isso pode gerar a inúmeros atletas que não são milionários como eles”, escreveu no Twitter.

Poliana Okimoto, ex-atleta olímpica, também mostrou indignação: “Um dos conceitos básicos do esporte é a disciplina, seguir regras não deveria ser tão difícil. O que o futebol fez, em não vestir o uniforme oficial no pódio ficou feio para o Brasil. A punição vai pro COB, não pra CBF”.

Capitão da equipe olímpica, Daniel Alves recorreu às redes sociais para rebater as críticas: “Não queremos ser diferente de ninguém, mas não aceitamos algumas imposições. Favor quando forem exigir alguma coisa pro seus esportes, respeitar o nosso. Não se faz reivindicações criticando outros esportes”.

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Como determina o clichê, “quem fala o que quer, ouve o que não quer”. O ex-tenista Fernando Meligeni também criticou a postura do time de futebol brasileiro e respondeu o lateral direito da equipe.

“Texto fora de contexto e alienado. Se querem os mesmos direitos que os outros esportes deveriam primeiro entender que Jogos Olímpicos não é casa da tia e fazer o que querem. Não querem regras… Da próxima vez não levem futebol. O esporte olímpico do Brasil não precisa do futebol”, disse Meligeni.

A CBF ainda não se posicionou sobre o incidente.