O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu pela manutenção da Selic a 15% ao ano nesta quarta-feira, 17. Com os juros em um patamar elevado, vários dos principais investimentos de renda fixa entregam retornos também altos, porém a poupança ainda tem dificuldade para superar a inflação.

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A plataforma para busca de investimentos Yubb calculou como fica o retorno das principais aplicações de renda fixa, além da rentabilidade líquida (ou seja, descontados os impostos) e do rendimento real (que leva em conta também a inflação).

Os rendimentos dos CDBs, LCAs e LCIs consideram a média dos papéis disponíveis no mercado. Assim, é possível encontrar papéis com rentabilidade acima ou abaixo da exibida na tabela.

Quanto rendem poupança, CDB, LCI, LCA e Tesouro Direto

InvestimentoRendimento bruto (%)Rendimento líquido (%)Inflação (%)Rendimento real (%)
Poupança nova*7,867,864,832,89
Poupança antiga*7,867,864,832,89
Tesouro SELIC14,9012,294,837,12
CDB banco médio17,1414,144,838,88
CDB banco grande11,189,224,834,19
LC17,8814,754,839,46
LCA*14,6014,604,839,32
LCI*15,0515,054,839,75
RDB17,2814,264,838,99
Debenture incentivada*16,9916,994,8311,60

*Os investimentos marcados com asterisco (*) são isentos de imposto de renda. *Para os rendimentos líquidos, foi aplicada uma alíquota de 20,00% de imposto de renda, referente a prazos de vencimento entre 181 e 360 dias. *A inflação utilizada para 2025 é de 5,25%, baseada no Boletim FOCUS do Banco Central do Brasil, publicado em 16 de junho de 2025.

Onde colocar o dinheiro

Como é possível ver no quadro acima, um investimento no Tesouro Selic vai ter um rendimento líquido real (descontada a inflação e imposto de renda) de 7,12% ao ano. O índice é maior que o da poupança, que vai pagar 2,89% em 12 meses.

No CDB, o investidor deve pesquisar em que banco colocar seu dinheiro. De acordo com a plataforma, o rendimento pode variar entre 4,19% e 8,88% ao ano, dependendo da instituição e porte do banco.

Em aplicações com isenção de Imposto de Renda, como LCI, LCA e debênture incentivada, o rendimento real pode chegar a superar os 11%.

“CDBs atrelados ao CDI, Tesouro Selic e fundos de renda fixa com ativos pós-fixados são mais vantajosos nesse cenário. Eles evitam perdas com marcação a mercado e garantem um retorno previsível. Já para quem pensa no longo prazo, os títulos atrelados ao IPCA podem ser interessantes, desde que mantidos até o vencimento ou em cenários de inflação elevada”, afirma Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, sugere foco em pós-fixados no curto prazo.

Ela lembra, porém, que a escolha da aplicação deve considerar tanto o momento econômico quanto o perfil de cada investidor. “Se o objetivo é preservar capital com liquidez, os pós-fixados são a melhor pedida. Mas se o horizonte é mais longo e o investidor quer proteger seu poder de compra, os títulos atrelados à inflação passam a ser estratégicos. É preciso alinhar prazo, objetivo e risco para tomar a melhor decisão”, diz.

Regras da Poupança

Pela regras atuais, quando a taxa Selic é maior que 8,5% ao ano, a poupança tem uma rentabilidade de 0,5% ao mês e de 6,17% ao ano somada à Taxa Referencial (TR).

A regra funciona assim:

  • Quando a taxa Selic for maior que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês, somada à Taxa Referencial (TR); com isso, o retorno hoje é projetado em 7,16% em 12 meses.
  • Quando a taxa Selic for menor que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 70% da taxa Selic, somada à Taxa Referencial (TR).