Mesmo sem situações reais de contaminação do coronavírus no Brasil, os hospitais já estão montando planos de ação contra um possível avanço da doença no País. Até o momento, o Ministério da Saúde investiga três casos suspeitos.

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Mais de 6 mil casos foram confirmados até o início da tarde desta terça-feira (29), sendo 132 mortes ao todo. É possível acompanhar um mapa interativo, atualizado em tempo real, com dados sobre o avanço do coronavírus pelo mundo. A página é gerenciada pelo Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro para Controle e Prevenção de Doenças e da Comissão Nacional de Saúde da China.

Em São Paulo, a informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde, que elaborou um plano envolvendo centros como o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Hospital das Clínicas e o Instituto Butantan. A ideia é observar a movimentação do vírus pelo mundo, além de trabalhar diretamente com o Ministério da Saúde e orientar profissionais do SUS. O Comitê conta com a participação da Anvisa, do ministério da Saúde e órgãos ligados às secretarias municipais do Estado.

Infectologista e professor da disciplina de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Ésper Kallás disse que é preciso acompanhar o avanço do coronavírus e que os casos ainda estão restritos à China. Ele observou que países onde o vírus já foi detectado estão se protegendo de maneira efetiva e contenciosa.

Belo Horizonte (MG), São Leopoldo (RS) e Curitiba (PR) foram as três cidades que confirmaram suspeita de infectados com o vírus. Hoje, o Ministério da Saúde mudou a classificação do risco de nível 1 para 2, para perigo iminente. No Diário Oficial da União desta manhã, o governo federal editou portaria criando um grupo para monitorar os casos de coronavírus.

“Todo mundo está discutindo o assunto. Vários hospitais já estabeleceram planos de ação, caso tenha contaminação no Brasil. Mas ainda assim a rotina segue a mesma”, garantiu Kallás.

Apesar das ocorrências em solo chinês, a ordem por aqui é manter a calma e tomar as precauções necessárias para frear qualquer possibilidade de contagio.

“Nosso papel é orientar e tranquilizar a todos. Não há motivo para pânico. O monitoramento em curso, com organismos internacionais de saúde, indica que a transmissão do coronavírus é limitada localmente, sem evidências de amplificação da circulação do vírus, até o momento”, disse a diretora da Vigilância Epidemiológica Estadual, Helena Sato, em nota publicada pela secretaria paulista.

Goiás também é outro Estado que criou protocolos de monitoramento do vírus. O plano é parecido com o montado em 2009, época em que o vírus do H1N1 se espalhou pelo mundo. São três diretrizes englobando vigilância epidemiológica, assistência e preparo da rede caso apareçam casos suspeitos e repasse de informações que possam ajudar na prevenção da população.