10/01/2007 - 8:00
COTAÇÃO EM QUEDA Bancos prevêem dólar estável em 2007, chegando a R$ 2,15 até o final do ano
A entrada de dólares no Brasil foi recorde em 2006. Graças ao bom desempenho da balança comercial, o ingresso líquido de moeda americana no País dobrou em relação ao ano anterior e atingiu US$ 37 bilhões. Como conseqüência, a taxa média anual de câmbio recuou 8,1% em relação a 2005, com a cotação do dólar baixando de R$ 2,43 para R$ 2,17. Poderia ter sido muito mais, mas o Banco Central comprou US$ 34 bilhões ao longo do ano, levando as reservas internacionais brasileiras ao patamar recorde de US$ 86 bilhões. Para este ano, a expectativa dos analistas é de que a entrada de dólares seguirá forte, e o governo continuará comprando muita moeda. O banco Credit Suisse estima que em 2007 o BC comprará US$ 22 bilhões no mercado à vista e o Tesouro retirará de circulação outros US$ 8,5 bilhões. Com este panorama, os maiores bancos do País prevêem que a taxa de câmbio permanecerá relativamente estável, chegando a R$ 2,15 até o final do ano. ?Não veremos muitas oscilações no mercado cambial?, analisa Hugo Penteado, estrategista da ABN Amro Asset Management. ?Qualquer aposta neste mercado será moderada, de longo prazo.?
No ano passado, os fundos de investimento atrelados ao dólar acumularam um prejuízo médio de 4,89%. Para este ano, dez entre dez economistas recomendam: esqueça o câmbio como opção de investimento. Salvo no caso de quem tem compromissos futuros em moeda estrangeira. ?Acho que o investidor vai deixar de ganhar se optar por aplicações como fundo cambial e Fiex?, adverte Alexandre Bassoli, economista-chefe do HSBC. ?Caso o cenário mais provável se concretize, pode haver rendimento negativo de novo.?
Atualmente, a volatilidade da taxa de câmbio encontra-se em níveis historicamente baixos. Esta é uma boa notícia para a previsibilidade dos cenários, mas limita o espaço para a queda da cotação do dólar. O único fator que pode reverter este quadro é a pressão dos setores exportadores por uma mudança na política cambial. Esta hipótese, no entanto, vem sendo refutada pela equipe econômica. É consenso que o dólar baixo vem ajudando a manter a inflação no lugar. Com um cenário de farto fornecimento de dólares, o Copom pode até se encorajar a manter por mais tempo o ritmo atual de declínio da Selic. Isso afastaria qualquer expectativa de rentabilidade positiva em fundos atrelados ao câmbio. 
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R$ 2,1 bilhões foi o valor total aplicado em fundos cambiais em 2006 |
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As 20 ações mais negociadas
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