A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi oficializada nesta sexta-feira, 24, presidente do New Development Bank (NDB), banco formada pelos países que integram os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

A instituição emitiu comunicado oficial anunciando o novo comando. O texto não menciona o impeachment ao qual ela foi submetida em 2016 e afirma que, enquanto presidente do Brasil, Dilma “concentrou sua agenda em garantir a estabilidade econômica” e a “geração de empregos”.

A economia foi o maior desafio durante o período em que Dilma governou o Brasil, de 2011 a 2016. No segundo mandato da presidente, interrompido pelo seu afastamento, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,2%. Durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a economia cresceu 3,5% no seu primeiro mandato e 4,6% no segundo. Quando deixou o poder, em maio de 2016, a taxa de desemprego no governo Dilma era alta, de 8,20%.

É a primeira vez que Dilma volta a ocupar um cargo público desde o seu impeachment. Ela foi a única candidata à presidência do banco, indicada pelo Brasil, e seu mandato se estenderá até 2025. Como mostrou o Estadão, o nome da ex-presidente já era unanimidade entre os integrantes do Brics antes mesmo da votação desta sexta-feira.

Na chefia do banco, Dilma Roussef receberá um salário de US$ 500 mil por ano. Na cotação atual do dólar, isso equivale a R$ 218 mil ao mês. É o mesmo valor pago pelo Banco Mundial. A nova presidente da instituição morará e trabalhará na sede do Novo Banco do Desenvolvimento, em Xangai, na China.

O mandato anterior também foi cumprido por um brasileiro. Marcos Troyjo, economista, cientista político e diplomata, integrou a equipe econômica de Paulo Guedes como secretário especial de Comércio Exterior. Tryjo foi o primeiro brasileiro a ocupar a presidência do banco dos Brics.

Histórico

O banco dos Brics foi criado após reunião de cúpula dos chefes de Estado, realizada em Fortaleza, em 2014, durante o mandato de Dilma como presidente. Uma das intenções era ampliar fontes de empréstimos e fazer um contraponto ao sistema financeiro e instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Atualmente, a carteira de investimentos é da ordem de US$ 33 bilhões.