Todos os países, inclusive, os ausentes na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), vão sofrer com a mudança do clima se não houver uma conscientização sobre a urgência de um mutirão na agenda climática. “Minha expectativa sobre a COP30 é um avanço na conscientização de que, sozinhos, não iremos progredir. Todos os países, mesmo os ausentes nessa COP, vão pagar um preço muito alto”, afirmou Guilherme Leal, cofundador da Natura e da Dengo em um painel sobre bioeconomia na CasAmazônia em Belém nesta manhã.

Leal defendeu que é preciso ter sabedoria para combinar as três inteligências que passam a conviver no mundo. “São a inteligência humana, a inteligência da natureza, que é insuperável por mais que a humanidade tenha acumulado conhecimento, e a inteligência artificial. Se não tivermos sabedoria para combinar essas três inteligências, perderemos oportunidades e correremos riscos cada vez maiores”, disse. “Entremos na era da inteligência artificial que é uma oportunidade incrível mas pode ser uma ameaça.”

O empresário defendeu que os saberes tradicionais das comunidades da floresta precisam ganhar mais espaço. “Para chegar onde queremos, é preciso competência técnica, boa ciência. Mas não estou falando apenas da boa ciência de São Paulo, Oxford, do Pará. Estou falando da ciência da Amazônia, que precisa dialogar com o universo cientifico”, disse.

Leal contou que aprendeu recentemente que a região amazônica é fruto do reino vegetal mas muito da forma como os povos tradicionais e comunidades ribeirinhas fazem uso da floresta há milhares de anos. “Existe uma riqueza no âmbito dos povos que habitaram e que habitam essa floresta muito grande. É preciso ter muito respeito pelo valor dos diferentes saberes”, afirmou.