Após o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda abandonar a disputa pelo governo de Minas Gerais, os seis partidos que compunham sua chapa decidiram, nesta quarta-feira, 22, prosseguir com a mesma coligação, ainda que sem definir o nome do novo candidato ao Palácio da Liberdade. O presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB), anteriormente candidato a vice-governador, e o deputado federal Jaime Martins (PROS), postulante ao Senado, são os mais cotados para serem os cabeças de chapa.

“Existe uma decantação natural, e estamos caminhando com alguns nomes, como o Adalclever e o Jaime. O grupo não se dispersou em torno da convicção de que chegaremos ao segundo turno”, disse o presidente interino do MDB em Minas, deputado federal Saraiva Felipe.

Lideranças do MDB, PDT, PROS, PV, PRB e Podemos se reuniram em um almoço nesta quarta com Marcio Lacerda, que anunciou no dia anterior que pedirá desfiliação do PSB, que determinou a retirada da candidatura pessebista em Minas em razão do acordo de seu partido com o PT em nível nacional.

“Para gente escolher um candidato, estamos vendo quem tem mais viabilidade eleitoral. Estamos trazendo pessoas técnicas no assunto, ligadas ao marketing, por exemplo”, afirmou o presidente estadual do PDT, Mário Heringer, que não descartou a possibilidade de uma mulher na composição.

Além de Adalclever Lopes e Jaime Martins, são considerados para postos na chapa majoritária da coligação o ex-secretário da prefeitura de Belo Horizonte Daniel Nepomuceno (PV), o deputado federal Fábio Cherem (PDT) e Laura Medioli (Podemos), mulher do prefeito de Betim, Vittorio Medioli (Podemos).

Mesmo sem poder concorrer, pois a legislação eleitoral determina que candidatos só podem mudar de partido até seis meses antes da disputa, Lacerda participa da decisão sobre seu substituto como cabeça de chapa da coligação.

“Ele vai ser nosso melhor eleitor. Ele participou de todas as reuniões, ele desistiu (de concorrer) até em nome de termos que tomar uma decisão mais cedo”, disse Mário Heringer que, com a saída de Lacerda do PSB, voltou a convidar o ex-prefeito a integrar o PDT.

O presidente interino do MDB afirmou ainda que próximo cabeça de chapa deverá explorar “o tipo de pressão espúria” sofrida por Lacerda. Saraiva Felipe fez críticas ao governador Fernando Pimentel (PT), um dos articuladores do acordo que tirou Lacerda da disputa. “Minas Gerais chegou a um nível tão baixo, inclusive contando com ‘Joaquim Silvério dos Reis’ fazendo articulação nacional para interferir contra a vontade da população mineira”, disse, em referência a um dos delatores da Inconfidência Mineira.