15/10/2008 - 7:00
SENTADO EM SEU ESCRItório, na cidade de Belo Horizonte, o executivo Eduardo Gomes tem um termômetro da atividade industrial no País. Sua empresa, a EMH, subsidiária da alemã Lexis, fabrica freios industriais, esteiras rolantes, enroladores de cabos e diversas outras parafernálias utilizadas nas linhas de produção. A despeito da crise internacional, ele está otimista. Seu faturamento cresceu 37% entre janeiro e junho e, até o fim do ano, as receitas totalizarão cerca de R$ 20 milhões. Até agora, segundo o executivo, o ritmo de encomendas não parou.
Muito pelo contrário. A maioria dos projetos contratados para os próximos anos está relacionada com a ampliação de plantas e a construção de novas estruturas. Siderúrgicas e mineradoras estão entre os maiores clientes. “Nosso setor leva em consideração perspectivas para 20 ou 30 anos, são investimentos grandes, que não se dobram a dores de barrigas esporádicas”, avalia. “Se a crise durar dois anos, por exemplo, não fará nem cócegas”, afirma.
Além da mineração e siderurgia, o agronegócio aparece como nova coqueluche dos novos projetos. Com a expansão do número de usinas de álcool e açúcar Brasil afora, aumentaram as encomendas de esteiras e outros equipamentos usados pelo setor canavieiro. “Dentro do nosso faturamento, esse setor ainda é pequeno, mas estamos apostando num boom de usinas nos próximos anos”, prevê. Gomes explica que a região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, aparece como maior compradora. Isso porque os equipamentos são vendidos tanto diretamente para o usuário final, quanto para outras empresas, que fazem a montagem total de novos empreendimentos. Outros Estados como Mato Grosso do Sul e Goiás, contudo, engrossam a lista de pedidos. “São emergentes nesse negócio e temos recebido muitas consultas”, comenta. Dentro do plano de negócios da EMH ainda há outros setores contemplados. Entre eles, indústria gráfica, engrenagens e controladores de movimento. “Estamos diversificando nossas áreas de atuação”, comenta Gomes. “Claro que grandes clientes como Vale e Usiminas sempre serão muito representativos, mas estamos de olho em todo o mercado e pretendemos atender a todos”, avalia. “Vamos crescer, mas sustentavelmente, como o Brasil precisa.”