Papéis avulsos

A Hypermarcas procura fazer o mesmo que seu ex-garoto-propaganda Ronaldo Fenômeno tentou, mas não conseguiu: perder peso para melhorar a eficiência. Ela vendeu algumas de suas marcas, como o sabão em pó Assim e os molhos Salsaretti. Na terça-feira 10, os investidores se animaram com rumores de que o BTG Pactual poderia entrar no controle da empresa, acelerando sua reviravolta. As ações subiram 2,8% para R$ 10,68. Na quarta-feira 11, porém, o banco desmentiu os rumores, e as ações chegaram a cair 6% e fecharam a R$ 10,50.

 

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“A negativa decepcionou o mercado”, diz Cauê Pinheiro, analista-chefe da corretora SLW. Nos últimos 12 meses, os papéis da Hypermarcas caíram 60% e, segundo Pinheiro, vão oscilar até a divulgação dos resultados do quarto trimestre, sem data definida. “No curto prazo recomendamos manter os papéis, porque os próximos resultados devem ser fracos”, afirma. “No longo prazo, porém, recomendo a compra porque a companhia tem bons fundamentos e a venda das marcas deve melhorar os resultados.” A SLW trabalha com preço-alvo de R$ 11,36 para a ação, uma alta de 10,7%.

 

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Touro x Urso

 

O Índice Bovespa bem que tentou, mas não conseguiu romper o nível de 60.000 pontos na semana passada. Na quinta-feira 12, o principal indicador do mercado acionário chegou a um máximo de 60.500 pontos, mas fechou abaixo desse patamar. O movimento vem confirmando os prognósticos para o Ibovespa, de bom desempenho, mas em um cenário de volatilidade elevada.

 

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Educação financeira

 

O livro Incorporação de ações – Estudos de casos e precedentes, de Daniel Kalansky, traz casos recentes de conflitos entre acionistas controladores e minoritários. Editora Saraiva, 288 páginas, R$ 74. 

 

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Regulação


Sem exagero no silêncio

 

O Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado está defendendo menos rigidez no período de silêncio que antecede as ofertas públicas. Para o comitê, a empresa poderá falar com o mercado e com a imprensa, desde que não comente a oferta. “As companhias não falam sobre nada no período de silêncio, o que prejudica os acionistas”, diz Carlos Alberto Rebello Sobrinho, que faz parte do órgão. “Não há necessidade de tamanha retração.”

 

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Quem vem lá


Cemig Geração vai inaugurar Novo Mercado de renda fixa

 

A Cemig Geração e Trasmissão, subsidiária da estatal mineira Cemig, vai inaugurar o Novo Mercado de Renda Fixa, criado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais em 2011. A empresa vai emitir R$ 1 bilhão em debêntures. Uma das séries terá prazo de cinco anos e remuneração de até 120% do CDI. As outras duas terão prazos de sete e dez anos e vão pagar, respectivamente,  juros de  6,90% e 7,30% ao ano mais a variação do IPCA.

 

Fique de Olho:  O Novo Mercado é um avanço, mas a liquidez desses papéis não é garantida.

 

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Destaque no pregão


Tegma vai além dos motores

 

A Tegma Gestão Logística anunciou, na terça-feira 10, a aquisição da LTD Transportes, especializada na prestação de serviços para empresas dedicadas ao comércio eletrônico. A aquisição, por um valor não informado, representa uma diversificação na atuação da Tegma, que hoje se dedica principalmente a atender ao setor automotivo. Segundo a empresa, o faturamento bruto da LTD em 2011 foi de R$ 45 milhões.

 

Palavra de analista: 

Para Antônio Bezerra, analista-sênior da carioca Lopes Filho, a aquisição segue a estratégia da Tegma de minimizar sua dependência de um único setor. Segundo Bezerra, cerca de 60% do faturamento atual da companhia vem do transporte de automóveis e motores, atividade que deverá crescer cerca de 5% ao ano até 2020. “O crescimento previsto para esse mercado é fraco, mas, com a compra da LTD, a Tegma diversifica suas receitas e passa a atuar em um setor pouco explorado.”

 

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Mercado em números


Embraer


US$ 15,4 bilhões - Foi o valor de pedidos para a Embraer no ano passado, cifra que representou a venda de 204 aeronaves. O valor é 1,3% menor que o de 2010.

 

Pão de Açúcar 

R$ 15,1 bilhões - Foram as vendas do grupo varejista  no quarto trimestre de 2011, um crescimento de 20,1%, se comparado ao mesmo período de 2010. No ano, as vendas totalizaram R$ 52,7 bilhões, alta de 45,8%. 

 

Gerdau

2,693 milhões - É a quantidade de ações sem direito a voto que serão adquiridas pela Gerdau até 20 de janeiro. Os papéis representam 0,31% das preferenciais em circulação.

 

TAM

40,2% - É a fatia do mercado aéreo brasileiro dominado pela TAM, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil. A Gol tem 36,3% do mercado. 

 

Fusões e aquisições

817 operações - de fusão ou aquisição foram realizadas no País no ano passado, segundo levantamento da consultoria KPMG. O número é 12% maior que o registrado em 2010. 

 

 

 

 

Pelo mundo


Ameaçada fusão entre Nyse e deutsche Börse

 

As autoridades antitruste europeias recomendaram vetar a aliança entre as bolsas alemã Deutsche Börse e americana Nyse Euronext. Joaquín Almunia, comissário de concorrência europeu, pretende proibir a transação, a menos que as empresas vendam as unidades de derivativos, algo que elas se recusam a fazer. As ações da Nyse subiram 0,97% e as da Deutsche subiram 3,63%

 

 

Samsung e LG multadas por Cartel

 

A Comissão de Justo Comércio, órgão que combate o monopólio na Coreia do Sul, multou a Samsung em US$ 22 milhões e a LG Electronics em US$ 15 milhões por combinarem preços de seus principais produtos entre 2008 e 2009. Na quinta-feira 12, quando foi anunciada a decisão, as ações da Samsung subiram 0,5% e as da LG, 1,45%.

 

 

Pepsi vai demitir quatro mil pessoas

 

A Pepsi vai demitir quatro mil funcionários (1% do total) e acabar com o plano de aposentadoria de seus empregados, informou o jornal americano New York Post, na segunda-feira 9. Só com o fim do plano de pensão, a Pepsi poupará US$ 75 milhões. No dia da notícia, as ações da empresa caíram 1,25%.

 

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Personagem


JSL entra na venda de veículos

 

A empresa de logística JSL incorporou, na quarta-feira 11, os ativos de sua coligada Simpar Concessionárias. O grupo também está em negociações com a Marfrig para fazer a gestão logística de todos os produtos do frigorífico. Denys Marc Ferrez, diretor financeiro, administrativo e de RI, falou à DINHEIRO sobre o futuro da empresa antes chamada de Júlio Simões Logística.

 

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Qual a vantagem para a JSL em incorporar os ativos da Simpar?

A incorporação foi feita por meio de uma troca de ações que não afetou nosso fluxo de caixa. Outra vantagem é que podemos girar nossa frota de veículos leves com mais rapidez. Antes da negociação, tínhamos apenas uma loja para o aluguel e a venda de veículos seminovos da nossa frota. Com a Simpar, passamos a ter uma rede de concessionários com 30 lojas e temos fluxo de veículos leves.

 

Qual a importância da venda de seminovos?

A JSL vendeu dois mil veículos em 2010 e cinco mil até setembro de 2011. Já a Simpar vendeu 29.173 automóveis e 2.225 caminhões apenas em 2010. Com as novas concessionárias, teremos um canal de distribuição e de captação de veículos. Isso vai permitir que baixemos a idade média da nossa frota de automóveis dos atuais 33 meses para 15 meses. 

 

Como é o contrato que a empresa está negociando com o frigorífico Marfrig?

No ano passado, nós adquirimos a transportadora Schio, especializada em transporte de produtos com temperatura controlada, por R$ 405 milhões. Essa aquisição agregou uma solução que não tínhamos e nos permitiu oferecer novos serviços à Marfrig. Além do transporte em si, estamos negociando para coordenar a logística do frigorífico, que movimenta 2,1 milhões de toneladas de produtos processados todos os anos. O que está em jogo é um contrato de dez anos para gestão e inteligência da empresa e não necessariamente o transporte das cargas. As negociações com a Marfrig devem ser finalizadas em 30 de janeiro.

 

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Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira