13/12/2017 - 13:24
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender a reforma da Previdência, em discussão no governo Michel Temer, e disse que, se ela não for concretizada, há o risco da taxa de juros voltar a subir. “Previdência é hoje injusta, há funcionários públicos privilegiados; queremos justiça social, igualdade para todos”, disse, em entrevista na manhã desta quarta-feira, 13, à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul. E destacou que o governo espera votar as mudanças previdenciárias ainda este ano. “Mas, se não der, em fevereiro 2018 votamos.”
Ao falar da necessidade de aprovar essa reforma, Meirelles alertou que, se nada for feito, a Previdência pode quebrar, citando como exemplo o que ocorreu na Grécia. E frisou que as chances dos juros subirem, com a não aprovação, são bem mais elevadas. “O risco país pode aumentar se não for aprovada a reforma da Previdência, pode ter o downgrade, o que significa aumento de juros.”
Geração de emprego
Na entrevista, o ministro voltou a falar da recuperação da economia brasileira, destacando que já foram criados mais de 1 milhão de novos postos de emprego este ano e a expectativa é de criação de mais de 1,5 milhão em 2018. “E a Reforma Trabalhista vai ajudar a criar mais empregos”, emendou. Ele fez questão de frisar que essa recuperação está ocorrendo sob uma base de crise e dados negativos.
Meirelles falou também que uma das prioridades na área da privatização é a Eletrobras. “Todo brasileiro deve ter eletricidade mais barata e acessível, com a privatização Eletrobras”, citando como exemplo o que ocorreu na área das telecomunicações, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Na sua avaliação, a privatização da Telebras deu ao País um novo patamar de desenvolvimento neste setor.
À rádio, o ministro falou da situação econômica do Rio Grande do Sul, destacando que, ao lado do Rio de Janeiro, é um dos Estados que registram elevado endividamento, por isso, estão em negociação caso a caso com o governo federal. Ele disse que não está se impondo condições específicas para eventuais privatizações, como a do Banrisul, mas reconheceu que existe dificuldade para aumentar receita e reduzir despesas, um dos caminhos é a privatização.
“É preciso que o Estado equilibre as suas contas, não adianta o Estado ter companhias e estar quebrado.” Segundo ele, a renegociação da dívida dos Estados já é passado, foi executada. Agora, se fala em plano de recuperação fiscal onde o déficit é elevado, como é o caso do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.