O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (28/09), quatro dias antes das eleições brasileiras, uma resolução em defesa da democracia no Brasil.

Proposto pelo senador democrata Bernie Sanders, o texto aprovado recomenda que o governo dos Estados Unidos reconheça imediatamente o resultado apresentado pelas urnas no Brasil.

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O texto estipula ainda que o governo americano reveja e reconsidere “a relação entre os Estados Unidos e qualquer governo que chegue ao poder no Brasil por meios antidemocráticos, incluindo um golpe militar”.

“Seria inaceitável que os Estados Unidos reconhecessem um governo que chegou ao poder de forma não democrática, e isso enviaria uma mensagem horrível ao mundo inteiro. É importante que as pessoas no Brasil saibam que estamos do lado delas, do lado da democracia”, afirmou Sanders, após a aprovação da resolução.

O texto menciona ainda o aumento da violência política no Brasil e pede que o governo brasileiro garanta o direito de todos os cidadãos do país de votar.

A resolução não é vinculativa. Na prática, ela é uma maneira de manifestar a opinião do Senado americano sobre o tema. O texto não contou com o apoio explícito dos senadores republicanos, mas como nenhum deles expressou voto contrário, foi aprovado por unanimidade.

Parlamento Europeu

A preocupação com a democracia no Brasil também foi expressa por parlamentares europeus. Nesta quarta-feira, 51 eurodeputados enviaram uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, pedindo que o bloco pressione o governo brasileiro a respeitar a Constituição no caso de uma derrota nas urnas do presidente Jair Bolsonaro.

“A UE deve declarar que usará diferentes mecanismos, incluindo o comércio, para defender a democracia e os direitos humanos do Brasil”, pede a carta.

Os eurodeputados pedem que a delegação da UE no Brasil, assim como o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), “acompanhem de perto a situação e apoiem as instituições brasileiras e organizações da sociedade civil que defendem a democracia”.