O ativista separatista da Córsega Yvan Colonna morreu nesta segunda-feira, após ser agredido este mês em uma prisão localizada no sul da França, o que provocou distúrbios na ilha francesa do Mediterrâneo.

Colonna, 61, condenado à prisão perpétua pelo assassinato do prefeito Claude Erignac, morreu em um hospital de Marselha, informou à AFP seu advogado, Patrice Spinosi, transmitindo uma mensagem da família. Uma fonte da polícia, que não quis ser identificada, confirmou a morte à AFP.

O ativista, um dos prisioneiros mais conhecidos da França, estava em coma, após ter sido espancado na cadeia por outro detento, preso por acusações de terrorismo. O incidente provocou indignação na ilha – onde parte da população ainda vê Colonna como um herói da luta pela independência da Córsega – e levou aos piores confrontos entre policiais e manifestantes em anos.

Colonna foi preso em 2003, após passar cinco anos foragido. Ele foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato, em 1998, do prefeito da Córsega Claude Erignac.

Em uma tentativa de acalmar a revolta despertada pela agressão que ele sofreu na prisão, a Justiça francesa suspendeu a pena de prisão de Colonna no último dia 17, por motivos de saúde.

A agressão voltou a colocar sobre a mesa uma série de reivindicações dos nacionalistas da Córsega – como maior autonomia política, a transferência de detentos para as prisões da ilha e o reconhecimento do povo ou da língua da Córsega – e despertou a Frente de Libertação Nacional da Córsega (FLNC).

O movimento clandestino FLNC, que depôs as armas oficialmente em 2014, ameaçou retomar a luta motivada pelo “desprezo de Paris” pelas aspirações do povo da Córsega.

Em um país menos descentralizado do que seus vizinhos Espanha e Alemanha, a Córsega tem um status particular desde a década de 1990, semelhante ao dos territórios franceses no Caribe.

Desde janeiro de 2018, a Córsega é considerada uma coletividade territorial, que combina funções departamentais e regionais e gerencia novas competências, como esporte, transportes, cultura e meio ambiente. No entanto, os dirigentes nacionalistas, no poder desde 2015, vão além e pedem, entre outras coisas, uma margem maior de manobra fiscal.

As conversas sobre a autonomia irão começar em abril e devem ser concluídas até o fim do ano. O agressor de Colonna, Franck Elong Abe, preso por várias acusações, é investigado por tentativa de assassinato terrorista desde 6 de março.