Passado o choque inicial provocado pela pandemia de covid-19, o setor de serviços no País mostrou recuperação no número de empresas ativas, que empregaram um contingente recorde de trabalhadores em 2021. Foram abertas mais de 126 mil companhias em apenas um ano.

O setor de prestação de serviços não financeiros alcançou um auge de 1,493 milhão de empresas em funcionamento, responsáveis por ocupar um ápice de 13,447 milhões de pessoas, que receberam R$ 432,3 bilhões em salários e outras remunerações.

Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2021, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O restabelecimento da atividade econômica em 2021, com a vacinação da população, configurou o panorama propício para a recuperação do setor de serviços em 2021, fortemente dependente da interação entre pessoas e com alta integração com outros setores”, justificou o IBGE.

O número de empresas ativas superou em 7,9% o universo existente em 2019, no pré-pandemia. Em relação a 2020, quando foi registrado fechamento de empresas em meio à crise sanitária, houve um aumento de 9,2% no número de estabelecimentos.

Em 2021, 74,7% das empresas ativas pertenciam a apenas três segmentos: serviços profissionais, administrativos e complementares (562,4 mil empresas), serviços prestados principalmente às famílias (385,7 mil) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (166,6 mil).

Os serviços prestados às famílias registraram abertura de empresas em relação a 2020 (alta de 8,0%), mas o total de companhias em atividade ainda era 7,7% inferior ao existente em 2019, no pré-pandemia. O setor de transportes também permanecia com 5,9% menos empresas do que no pré-covid. Os segmentos que mais cresceram proporcionalmente em relação ao pré-crise sanitária foram as atividades imobiliárias (aumento de 35,7% no total de empresas ativas ante 2019) e serviços profissionais, administrativos e complementares (23,3%).

A população ocupada no setor de serviços cresceu 7,8% em relação a 2020, o equivalente a mais 970,5 mil pessoas trabalhando nessas empresas em apenas um ano. O total de empregos no setor superou em 4,5% o nível pré pandemia, com destaque para a recuperação de vagas nos serviços técnico-profissionais (mais 198,9 mil ocupados), serviços de escritório e apoio administrativo (mais 189,4 mil) e tecnologia da informação (mais 119,9 mil).

Na direção oposta, os serviços prestados principalmente às famílias ainda empregavam 8,5% menos do que em 2019, sob influência do enxugamento nos serviços de alimentação, que perdeu 223,7 mil vagas. O transporte de passageiros também permanecia 110,8 mil empregos aquém do nível de 2019, e o segmento de agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços de turismo ainda contavam com 20,9 mil trabalhadores a menos.

O salário médio mensal nacional do setor de serviços foi de 2,2 salários mínimos em 2021. Na região Sudeste, essa média subia a 2,5 salários mínimos, enquanto no Nordeste descia a 1,6 salário mínimo.

As companhias de serviços registraram R$ 2,2 trilhões em receita operacional líquida e R$ 1,2 trilhão de valor adicionado em 2021.

Em relação a 2020, o setor de transportes, serviços auxiliares ao transporte e correio manteve a maior representatividade, com uma fatia de 29,3% da receita operacional líquida, seguido pelos serviços profissionais, administrativos e complementares (27,5%) e serviços de informação e comunicação (21,0%).