06/10/2022 - 12:51
Um estudo publicado na internet destacou nesta quinta-feira (06) que 66 clínicas deixaram de realizar procedimentos de aborto nos Estados Unidos. Esta mudança iniciou quando a Suprema Corte decidiu deixar de garantir o direito das mulheres ao aborto.
Cem dias após a decisão histórica, 13 estados proibiram completamente os procedimentos de aborto em seus territórios e outros dois, Wisconsin e Geórgia, restringiram severamente, de acordo com este relatório do Instituto Guttmacher.
Nesses quinze estados, 79 clínicas praticavam interrupções voluntárias de gravidez antes da mudança radical da Corte. Agora, 26 fecharam completamente, incluindo a “casa rosa” no Mississippi, centro da decisão do tribunal superior.
Quarenta clínicas deixaram de realizar abortos enquanto continuaram a prestar outros cuidados, diz o instituto, que faz campanha mundial pelo acesso à anticoncepcionais e ao aborto.
As práticas ainda são realizadas em 13 instalações localizadas na Geórgia, onde interromper uma gravidez ainda é legal se estiver dentro das primeiras seis semanas de gestação.
Foram realizados, em 2020, mais de 125.000 abortos nos 14 estados que não tinham mais clínicas, entre eles Texas, Missouri, Louisiana ou Arizona, e mais de 41.000 na Geórgia.
Cerca de 22 milhões de mulheres em idade fértil vivem nesses estados, 29% do total das americanas nesta faixa etária.
A partir de agora, suas habitantes “devem ir para outro estado abortar” com os custos diretos e indiretos de transporte, creche e falta de emprego. Devem “abortar por contra própria ou continuar com a gravidez”, destacam os autores do estudo.
O fechamento desses estabelecimentos pesa sobre outros estados, onde as clínicas que realizam abortos estão “inundadas” de pedidos e “no limite de suas capacidades”, o que gera mais demora para as pacientes.
A situação “continuará se deteriorando”, prevê o Instituto Guttmacher.
Outros estados como Indiana, Ohio e Carolina do Sul adotaram leis que proíbem abortos, que foram suspensas pelos tribunais, mas podem entrar em vigor em breve.
No total, 26 dos 50 estados do país devem proibir totalmente o procedimento em seu território ou reduzi-lo de forma considerável, segundo a pesquisa.