Se a pandemia foi fatal para muitas empresas, outras se reinventaram por necessidade e agora colhem os frutos. É o caso da Sestini, referência em malas, mochilas, bolsas e acessórios, cujos produtos tinham pouca ou nenhuma serventia com aeroportos fechados e viagens suspensas, mas a marca cresceu à revelia da crise que vitimou o setor de turismo por meses. A estratégia foi ampliar o portfólio e se lançar em novos nichos. Como resultado, a empresa dobrou sua receita em um ano, alcançando R$ 300 milhões em 2022, e projeta crescimento de 20% para este ano com as vendas nas lojas físicas, e-commerce e pontos de venda multimarcas.

O período da volta às aulas deste ano, por exemplo, foi responsável pelo melhor janeiro da marca, que lançou produtos para atender a sazonalidade na venda de mochilas, lancheiras e estojos. Recentemente, a empresa anunciou uma linha completa voltada para transportar pets, de olho nos 149,6 milhões de animais de estimação que vivem no País e no mercado que faturou R$ 52 bilhões em 2022, segundo o censo do Instituto Pet Brasil. Continuando na linha da inovação, a Sestini mirou também em serviços e vende desde janeiro seguro-bagagem e seguro-viagem aos clientes no ato da compra da mala. E se prepara para oferecer o serviço do aluguel de malas ainda este ano. “Aproveitamos nosso reconhecimento no segmento de turismo para transferir o valor da marca para novos nichos e inovar”, afirmou a co-CEO, Regina Schneidewind.

Calendário Apesar da repleta agenda de novidades, toda a mudança na estratégia da empresa a partir da pandemia foi feita sem perder de vista o apelo de datas tradicionais para o comércio, como o Dia das Mães. “As coleções de malas de viagem, frasqueiras e acessórios que tem lançamentos o ano todo seguem sendo o nosso forte.” E se a inovação é saída para novos problemas, alguns dos velhos desafios continuam sem solução fácil no horizonte. Entre os obstáculos que a Sestini vai encontrar no caminho das suas metas está o impacto dos juros altos no custo final e a concorrência agrssiva com os produtos asiáticos, que inundam não somente as lojas das regiões de comércio popular, mas os gigantescos e-commerces e marketplaces de toda ordem. A saída para driblar o problema foi bem ao estilo ‘se não pode contra eles, junte-se a eles’. “Também produzimos na China, mas fazemos a diferenciação com um rígido controle de ponta a ponta e oferecemos garantia contra defeitos de fabricação por prazo muito superior ao do mercado”, afirmou a co-CEO.