Pesquisa feita pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com o IPEC apontou que sete em cada dez brasileiros percebem diferenças no tratamento entre negros e brancos.

O levantamento, que ouviu 2 mil pessoas, também apontou que 38% dos entrevistados percebem a discriminação em shoppings e estabelecimentos comerciais; já 36% notam no ambiente de trabalho. 

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“De forma geral, a situação de vulnerabilidade das minorias sociais é maior nos espaços públicos, onde estão mais expostos a agressões verbais e físicas. Além disso, situações em que existe uma hierarquia, como situações de trabalho, também permitem um abuso de autoridade sobre essas pessoas. A análise mostra, ainda, que a região Sul percebe menos as situações de preconceito quanto a raça, cor, orientação sexual ou identidade de gênero”, aponta o relatório da pesquisa. 

No Nordeste os locais onde mais as pessoas sofrem e percebem situações de racismo são em hospitais e postos de saúde, já no Norte e Centro Oeste, o preconceito é mais percebido na rua e espaços públicos 0de convivência. No Sudeste, os shoppings e estabelecimentos comerciais lideram os locais com mais situações de diferença no tratamento étnico. Já o Sul do país observa um tratamento mais desigual em situações de trabalho, como em processos seletivos.

Maioria percebe aumento da pobreza

Outro número que a pesquisa traz é que 75% das pessoas perceberam o aumento da pobreza e da situação de vulnerabilidade no país.

 “É fundamental um olhar nacional sobre questões tão estruturais da nossa desigualdade, especialmente considerando a proximidade das eleições e a resposta que os candidatos terão de dar à crise atual”, afirma Jorge Abrahão, Diretor do Instituto Cidades Sustentáveis.