O volume do setor de serviços cresceu 0,3% em junho em relação a maio, informou nesta quinta-feira, 14, o IBGE. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o avanço foi de 2,8%.

O resultado renova o ponto mais alto da série histórica da pesquisa, alcançado em outubro de 2024, e contrariou a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,1% no mês.

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O setor se encontra 18% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). Vale destacar que o setor de serviços é o que possui o maior peso no Produto Interno Bruto (PIB).

Na parcial do ano, o crescimento é de 2,5%. No acumulado em 12 meses até junho, o setor registrou alta de 3%, mantendo o ritmo de crescimento frente ao observado em maio de 2025.

Serviços de transporte são destaque

A alta no mês foi sustentada pelos serviços de transportes, que registraram a única taxa positiva de junho, com crescimento de 1,5%.

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, foi identificado um crescimento mais acentuado tanto do transporte de cargas como do aéreo de passageiros.

“O avanço do transporte aéreo está correlacionado com o menor preço das passagens aéreas nos últimos três meses, o que aumentou a receita real das empresas aéreas”, explicou. “Já o transporte de cargas está relacionado com um dinamismo um pouco maior da economia, porque esse segmento está ligado ao escoamento de safra, insumos e bens industriais”.

Entre os demais setores, todos com taxas negativas, destacam-se as perdas no ramo de outros serviços (-1,3%), e nos serviços prestados às famílias (-1,4%). Houve também queda em informação e comunicação (-0,2%) e profissionais, administrativos e complementares (-0,1%).

O índice de atividades turísticas, por sua vez, recuou 0,9% em junho sobre o mês anterior, no segundo resultado negativo seguido. Com isso, o setor de turismo está 1,8% abaixo do ápice da sua série histórica, alcançado em dezembro de 2024.

Perspectivas

Apesar da taxa de juros elevada e da expectativa de desaceleração da economia, o setor de serviços vem mostrando resiliência, tendo apresentado retração do volume somente em janeiro.

Um mercado de trabalho aquecido e medidas de estímulo à demanda vêm ajudando a compensar o impacto da taxa básica de juros Selic a 15% ao ano.

A estimativa atual do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 está em 2,21%, segundo a última pesquisa Focus do BC. Em 2024, o avanço foi de 3,4%.

Com informações da Reuters