14/05/2025 - 9:35
O volume de serviços do país cresceu 0,3% em março, na segunda alta mensal seguida, informou nesta quarta-feira, 14, o IBGE. Em fevereiro, o avanço foi de 0,9%$.
Em relação a março de 2024, na série sem ajuste sazonal, o volume de serviços cresceu 1,9%, décimo segundo resultado positivo consecutivo.
Com o resultado, o setor ainda opera 0,5% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em outubro de 2024.
No acumulado no primeiro trimestre, o setor de serviços mostrou expansão de 2,4% frente a igual período de 2024. Em 12 meses, avançou 3%, acelerando o ritmo de crescimento frente aos avanços observados em janeiro e fevereiro (2,8%).
O setor de serviço é o que possui o maior peso na composição do PIB (Produto Interno Bruto), com participação de cerca de 70%.
Em março de 2025, houve predomínio de taxas positivas tanto em termos setoriais quanto na ótica regional, visto que três das cinco atividades e 14 das 27 unidades da federação investigadas mostraram expansão frente ao mês anterior.
O que puxou a alta
Setorialmente, o destaque ficou por conta da expansão vinda dos transportes (1,7%), que registrou o segundo resultado positivo seguido, com ganho acumulado de 2,2%.
“Podemos destacar o aumento das receitas das empresas que atuam com concessionárias de rodovias, por conta do aumento do fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas durante o carnaval, com atividade de correio, logística de cargas, gestão de portos e terminais e armazenamento de mercadorias”, explicou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de serviços do IBGE.
Também apresentaram ganhos os serviços profissionais, administrativos e complementares e os prestados às famílias, respectivamente de 0,6% e 1,5%. Na outra ponta, serviços de informação e comunicação teve recuo de 0,2% e a medida de outros serviços ficou estagnada.
Já o índice de atividades turísticas teve recuo de 0,2% em março sobre o mês anterior, após ter avançado 2,7% em fevereiro. Com isso, o segmento de turismo está 3,9% abaixo do ápice da sua série histórica, alcançado em dezembro de 2024.
Perspectivas
Para os analistas, o resultado sugere que os serviços estão começando a desacelerar, corroborando a leitura de que a economia brasileira vem perdendo fôlego de forma gradual.
“Mesmo assim, acreditamos que o setor de serviços deve fechar o ano com crescimento de 2%, impulsionado principalmente pelos estímulos promovidos pelo governo, como o aumento de gastos, a liberação de recursos do FGTS para os trabalhadores e o incentivo à concessão de crédito”, avaliou Claudia Moreno, economista do C6 Bank .
“Para a economia, de maneira geral, esperamos um crescimento de 2% em 2025 e de 1% em 2026. No entanto, não descartamos uma desaceleração um pouco mais intensa do PIB, como consequência dos possíveis impactos do aumento de tarifas comerciais pelos Estados Unidos sobre a economia global”, acrescentou.