A presidente do México, Claudia Sheinbaum, espera chegar a um acordo com seu contraparte americano, Donald Trump, sobre a ameaça de tarifas de 25% às exportações mexicanas até sexta-feira.

“Nesta sexta-feira, necessitaríamos chegar a acordos importantes. Eu estaria, se necessário, buscando outra ligação telefônica com o presidente Trump, o que for preciso para chegar a um acordo”, disse a mandatária durante sua coletiva de imprensa matinal.

No dia 4 de março expira o prazo do acordo entre Sheinbaum e o presidente americano para evitar a imposição tarifária sobres os produtos mexicanos. Neste pacto, seu governo enviou 10.000 militares para a fronteira entre ambos os países para conter o tráfico de drogas.

O secretário de Economia do México, Marcelo Ebrard, reuniu-se na última quinta-feira em Washington com o recém-nomeado secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.

Sheinbaum afirmou que as duas autoridades concordaram em “continuar trabalhando esta semana (…) para poder estabelecer acordos”, e que equipes das secretarias de Economia e da Fazenda estão na capital americana.

Em meio a estas negociações, a Bloomberg informou que os Estados Unidos pediram ao México que impusesse tarifas sobre a China.

A presidente mexicana evitou confirmar esta versão e disse que seu governo busca priorizar o relacionamento e o acordo comercial com os Estados Unidos, destino de mais de 80% das exportações mexicanas.

Ela lembrou que seu antecessor, Andrés Manuel López Obrador, “impôs tarifas a países com os quais não temos acordos comerciais”.

Em relação à China, “não temos um acordo de livre comércio. Há outros países asiáticos com os que tampouco temos acordos comerciais. Então, é parte do que está sendo trabalhado”, afirmou a mandatária.

Tanto Trump como autoridades canadenses acusaram o México de ser a porta de entrada de produtos chineses na região da América do Norte.

Sheinbaum rejeitou estas versões e sinalizou que apresentará aos EUA e ao Canadá um plano para substituir importações da China na região da América do Norte.

“O assunto é chegar a um acordo que permita proteger e garantir que não haja tarifas entre nossos países. Que o acordo comercial continue e inicie a revisão do tratado comercial, que tem sua data em 2026 e que pode começar agora”, declarou.

De acordo com as regras atuais, o acordo de livre comércio entre México, Estados Unidos e Canadá deverá ser revisado pelos três parceiros em 2026.