A Shell está em negociações iniciais para comprar a rival BP, informou o Wall Street Journal (WSJ) nesta quarta-feira, 25, citando pessoas familiarizadas com o assunto. A petroleira negou a informação.

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Segundo o WSJ, as conversas entre os representantes das empresas estão ativas e a BP está considerando a abordagem cuidadosamente.

Os possíveis termos de um eventual negócio não puderam ser conhecidos e um acordo está longe de se concretizar, segundo a reportagem.

Shell nega reportagem

A Shell negou que estivesse em negociações para comprar a BP. Um porta-voz da BP disse que não comentaria a reportagem do WSJ.

“Não há conversas em andamento. Como já dissemos muitas vezes antes, estamos fortemente concentrados em capturar o valor da Shell por meio do foco contínuo em desempenho, disciplina e simplificação”, disse um porta-voz da Shell.

A última de uma série de refutações da Shell segue as recentes e repetidas afirmações do presidente-executivo Wael Sawan de que a Shell tem critérios muito altos para grandes aquisições e que a recompra de ações era uma melhor alocação de capital do que a possibilidade de comprar a BP.

A BP tem sido objeto de negociações de aquisição há vários anos devido ao desempenho relativamente baixo de suas ações, mas a análise de suas divulgações mostra que o grupo britânico pode não ser tão barato quanto sua avaliação de mercado sugere.

A empresa foi avaliada em cerca de US$ 80 bilhões nesta quarta-feira, com uma dívida líquida de US$ 27 bilhões, enquanto a capitalização de mercado da Shell ficou em mais de US$ 208 bilhões.

Se a Shell apresentasse uma oferta, seria uma rara tentativa de uma grande empresa de petróleo de adquirir uma concorrente tão grande, em face do maior escrutínio regulatório de tais negócios.

Um acordo dessa magnitude não foi tentado no setor de energia desde que a Exxon e a Chevron mantiveram conversas preliminares durante a pandemia da Covid-19 para discutir uma combinação que teria sido a maior fusão de todos os tempos.

A CNBC citou fontes não identificadas dizendo que a BP poderia ser desmembrada se um acordo se concretizasse.

As ações da BP caíram 23% no último ano, com desempenho inferior ao do índice FTSE 100, que ganhou 5,3% no mesmo período. As ações da Shell subiram mais de 8%, enquanto a Exxon perdeu 4% e a Chevron caiu cerca de 10%.