21/11/2012 - 21:00
Papéis avulsos
O crédito facilitado e os baixos níveis de desemprego têm favorecido as vendas e colaborado para os bons resultados do setor de shopping centers no terceiro trimestre. A BRMalls, por exemplo, informou, na segunda-feira 12, lucro de R$ 100,7 milhões de julho a setembro. O resultado representa alta de 979,5% em relação aos R$ 9,3 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior. No mesmo sentido, a Multiplan registrou ganhos de R$ 72,01 milhões no período, uma alta de 10,3% na comparação anual. Além do aumento nas vendas, as empresas creditam os bons números à alta taxa de locação de seus empreendimentos.
A Iguatemi divulgou lucro líquido de R$ 128,95 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 320% sobre 2011. Na contramão dos bons números, a Sonae Sierra fechou o período com lucro líquido de R$ 29,3 milhões, queda de 49,9% em relação a 2011. Segundo Paulo Esteves, analista-chefe da Gradual Investimentos, o setor tem agradado pelo bom momento do mercado interno, o que deve ser mantido no próximo trimestre, com as festas de fim de ano. Dentre as empresas, ele mantém a recomendação de compra para a Sonae Sierra, mesmo com os números fracos. “É uma das empresas que mais deve crescer e, por isso, mantemos nossas apostas”, afirma.
Construção
Os bons números da EzTec
A Eztec encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 93,8 milhões, crescimento de 22,9% ante o mesmo período do ano passado. Segundo a construtora, presidida por Silvio Ernesto Zarzur, a melhora pode ser explicada, principalmente, pelo avanço das obras de empreendimentos já lançados e vendidos. Segundo analistas, a companhia é uma das mais rentáveis e lucrativas do setor. Na bolsa, os papéis da empresa acumulam alta de quase 75% em 2012.
Bolsa
Lucro da Cetip sobe 13,6%
O lucro líquido da Cetip, maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina, foi de R$ 63,1 milhões no terceiro trimestre do ano, um avanço de 13,6% frente ao mesmo período de 2011. Um dos motivos para o resultado positivo foi o aumento (de 38% em 12 meses e de 7,2% no trimestre)nas receitas de custódia de debêntures, letras financeiras e derivativos.
Educação financeira
Em De herdeiro para herdeiro, quatro jovens sucessores de negócios familiares dão dicas de como se preparar para perpetuar as empresas, de geração em geração. Editora Gente, 200 páginas, R$ 39.
Consumo
Estrela não brinca com resultado
A Brinquedos Estrela apresentou, no terceiro trimestre, um lucro líquido de R$ 980 mil, revertendo um prejuízo de R$ 9,4 milhões no mesmo período de 2011. Nos nove primeiros meses do ano, a empresa acumula um prejuízo de R$ 18,1 milhões — quase 40% menor frente ao resultado de 2011. Na segunda-feira 12, as ações preferenciais da empresa chegaram a subir mais de 6,3%, para R$ 0,50.
Destaque no pregão
Hypermarcas volta ao azul
Apoiada em crescimento de receita e no cenário mais favorável ao consumo no País, a Hypermarcas retornou ao azul no terceiro trimestre de 2012, depois de registrar prejuízos tanto nos três meses anteriores quanto no mesmo período de 2011. A empresa, presidida por Cláudio Bergamo, teve lucro líquido de R$ 68,4 milhões entre julho e setembro, frente a uma perda de R$ 190,5 milhões no ano passado. A receita líquida totalizou R$ 992,9 milhões, alta anual de 19,2%. As vendas de medicamentos, que responderam por 54% da receita, cresceram 39%, enquanto as de produtos de beleza e higiene pessoal subiram 2,2%.
Palavra de analista:
Segundo analistas da Votorantim Corretora, destaque para a alta do segmento farmacêutico, em consequência da reestruturação da força de vendas e da melhora da participação dos medicamentos genéricos. “Nossa recomendação é de manutenção dos papéis, com uma perspectiva de curto prazo positiva”, dizem os analistas.
Touro x Urso
O mercado acionário americano está cada vez mais dependente do cenário político, e a incerteza em relação à crise fiscal pressiona Wall Street e as ações brasileiras. O Índice Bovespa tem oscilado ao redor de 57 mil pontos e, sem novidades positivas, o mercado seguirá oscilando ao sabor das notícias de curto prazo.
Mercado em números
Banrisul
R$ 627,1 milhões - Foi o lucro líquido do banco gaúcho no terceiro trimestre. O valor significa uma queda de 7,5% na comparação com o mesmo período de 2012. Mesmo assim, o crescimento do saldo da carteira de crédito foi de 21%, para R$ 23,8 bilhões.
Paraná Banco
R$ 39 milhões - Foi o lucro líquido registrado pelo banco, o maior desde a abertura de capital, em 2007. O resultado trimestral é 58,4% maior do que o registrado no terceiro trimestre de 2011.
Eternit
R$ 27,1 milhões - Foi o ganho da companhia do setor de construção civil no terceiro trimestre de 2012, valor 1% menor que o registrado no ano passado.
Eucatex
R$ 24,1 milhões - Foi o lucro da empresa no terceiro trimestre do ano. O montante representa um crescimento de 125,9% quando comparado aos valores de 2011. A empresa registrou um aumento de vendas de 10,4% nos painéis de madeira.
Iochpe-Maxion
R$ 20,7 milhões - Foi o ganho da fabricante de chassis de julho a setembro, uma queda 68,5% frente aos R$ 65,8 milhões reportados no mesmo período do ano passado. Por outro lado, a receita líquida avançou 85,5%.
Pelo mundo
Boeing vende o dobro da Airbus
A fabricante de aviões Boeing vendeu, nos dez primeiros meses do ano, mais que o dobro de aeronaves do que a sua concorrente europeia Airbus. Ao todo, a americana recebeu 1.009 encomendas, ante 407 pedidos da Airbus. A Boeing também ultrapassou a Airbus em termos de entregas: 486 aeronaves prontas, contra 462 da Airbus.
Diageo compra 53% na United Spirits
A Diageo, dona do uísque Johnny Walker, fechou acordo para comprar 53% da fabricante do uísque Whyte & Mackey, a United Spirits, do indiano Vijay Mallya, por US$ 2,1 bilhões. A primeira tentativa de compra aconteceu em 2008.
Vendas globais da Porsche crescem 24,1%
A Porsche, marca de luxo da alemã Volkswagen, vendeu 11,7 mil veículos em outubro, 24,1% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado. No acumulado de 2012, as vendas da Porsche chegaram a 116 mil unidades, 15,6% superior a 2011.
Personagem
Mais rigor no Daycoval
O banco Daycoval registrou um lucro líquido de R$ 98,4 milhões no terceiro trimestre de 2012, uma alta de 28,3% sobre o mesmo período do ano anterior. De julho a setembro houve, no entanto, um aumento na inadimplência no segmento de middle market. Ricardo Gelbaum, diretor de RI da instituição, não vê essa alta como um problema e acredita em um crescimento na demanda por crédito.
Ricardo Gelbaum, diretor de RI: “Captações com letras financeiras
são tendência no banco”
O banco percebeu um aumento na inadimplência. Houve mudança na política de crédito?
O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 1,7% no trimestre, ante 0,7% em setembro de 2011. Apesar disso, não mudamos o conceito das operações, apenas reduzimos os valores emprestados. Para não termos grandes calotes, trabalhamos com garantias e procuramos precificar corretamente nossas operações. Sabemos que, depois de um período de inadimplência alta, sempre vem uma recuperação de créditos.
Com a queda da Selic, as margens de lucro estão menores. Como enfrentar esse cenário?
A queda dos juros sempre foi positiva para os bancos. Com taxas menores, nossos clientes conseguem honrar seus empréstimos, o que melhora a qualidade da carteira de crédito. Sem contar que juros mais baixos também reduzem o custo de captação. Outra consequência é que, com a mudança na Selic, novos clientes buscam tomar crédito e, assim, esperamos que a demanda volte a crescer.
A quebra de outros bancos médios está afastando os investidores?
Existem mais diferenças entre dois bancos médios do que entre duas instituições de grande porte. O Daycoval é menos alavancado, mais capitalizado, tem uma carteira diversificada e rentabilidade superior, frente aos concorrentes. A captação de recursos vem crescendo mais do que a expansão da carteira de crédito, com custo menor e prazos mais longos. Os volumes diários de negociação das ações preferenciais do banco cresceram quase dez vezes em 2012, o que chamou a atenção dos analistas, que aumentaram a cobertura dos papéis. Em 12 meses, nossas ações já subiram 11,2%.
O banco captou mais por meio de letras financeiras no mercado interno. Essa é uma tendência?
É um instrumento que se adapta muito bem às nossas necessidades de funding. Temos forte demanda dos investidores externos para emitir bônus, mas optamos por focar nas letras financeiras por uma questão de custo e simplicidade de operação. Elas representam 15% do total da nossa captação, e continuam crescendo.
Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira